domingo, 15 de abril de 2012


AMOR E HOMOAFETIVIDADE

Uma outra visão da homossexualidade



“A homoafetividade é criação de Deus. Quanto mais se compreende o seu caráter e se aprofunda no entendimento bíblico acerca desse delicado tema, mais se compreende que essa forma de amor é uma das infinitas manifestações do amor de Deus. Compreende-se, assim, então, o amor de Deus... 

...compreende-se o agir contrario das trevas a partir de uma visão da luz. Porque ninguém consegue compreender as trevas a partir das trevas ou compreender a luz a partir das trevas. Mas o poder de ver e compreendê-las é dado somente pela Luz.


Sabe o que é mais maravilhoso nisso tudo???  Que a homoafetividade é criação de Deus e muitos dos que se dizem "homens de Deus" vivem dizendo que não é.”



por: Pascoal C. R. Júnior (pascoalreis@gmail.com)

"Se Deus fosse preconceituoso como são os que isso pregam... Ele, Deus, não seria capaz de amar nem mesmo esses mesmos que defendem essa ideia! Qual seria a saida deles então?
O ser humano é realmente muito insensato!
Se Deus tem algum preconceito é contra a falta de amor!!!"


INTRODUÇÃO



      Eu  fico impressionado como a maioria das pessoas tem uma compreensão tão limitada acerca da Bíblia justamente porque a tradução e a tradição criou uma concepção cristã de mundo firmada numa padronização heteronormativa capitalista, como se na Antiguidade, a época em que foram escritos os textos biblicos, o mundo fosse igual ao nosso.
       Qualquer pessoa letrada sabe que na Antiguidade a homossexuallidade era ultracomum e dissociada dos valores condenatórios e dos mitos que existem hoje. A fragilidade da vida nas guerras produziu uma relaçao afetiva entre os homens guerreiros onde se estimulava a relação entre eles, intima e sexual; a mulher tinha um mundo completamente a parte, excluída da sociedade. Davi mesmo e Jônatas foram exemplo de duas pesssoas (guerreiros) que tiverem uma relação homoafetiva e os cristãos literais não conseguem enxergar isso por causa dessa cultura biblica que cega esse tipo de possibilidade. O centurião de Carfarnaum foi um outro exemplo de homem guerreiro que tinha um amante, o criado, ao qual Jesus curou e, mais, honrou a relação entre eles. Era mais do que comum na época centuriões terem amantes do mesmo sexo.
        Era muito mais compreendida na época uma relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo do que de sexos diferentes; sabemos que a mulher era esterco na sociedade e valorizada somente para procriação (ai dela, se fosse estéril), sua natureza era considerada vil e pecaminosa. Os homens tinham varias mulheres, casavam e descasavam quando queriam, era um dominio excessivo sobre elas. O próprio judeu do sexo masculino glorificava a Deus por não ter nascido gentio, camelo ou mulher.
     Mas eu fico impressionado como que a nossa cultura cristã construiu uma compreensão biblica associada a ideia de que a homossexulidade é algo que somente existe nos dias atuais; como se na época de Cristo, por exemplo, nao tivesse existido. Eram muitos os homossexuais ao redor de Cristo e ele não condenou nenhum; e mesmo assim, eu nunca vi na Bíblia "de ponta a ponta" e te desafio a encontrar onde esta escrito Deus repreendendo "um espirito de homossexualismo" (vulgarmente falando) ou transformando um homossexual em hétero como muitos por ae pregam. Muito pelo contrario, Jesus nunca sequer falou acerca disso. A Bília relata pecados homossexuais sim, mas não define que a homossexualidade em si é pecado;
      É impossivel se falar de sexualidade na Antiguidade sem falar de homossexualidade; como dissociar isso? Mas a tradução e as interpretações equivocadas mudou os termos e os contextos, dando uma outra interpretação para o pecado de sodomia e usando termos que nunca existiram no passado como: 'homossexuais', além de rapazes escandalosos, efeminados.
     Se muitos pudessem ver a relação que Jesus tinha com João, a forma como eles se amavam e se abraçavam, e ate se beijavam, ficariam literalmente escandalizados, os tão zelosos cristãos moralistas. Na época era muito mais aceito um homem dizer que amava outro do que dizer que amava uma mulher. O Senhor Jesus é quem vai mudar esse contexto, mas nao para condenar a homossexualidade, mas para retirar os excessos.
      Portanto essa noção de familia e sexualidade quadrada que se prega para construir mitos a cerca da homossexualidade é completamente alienatória porque faz parte de um mundo a parte, heterocentrico e sem significado para o homossexual. Nem todos precisam ou devem viver esse realidade, e nem por isso, a familia de hoje é ameaçada. Jesus mesmo disse que quem é o verdadeiro parente dele era quem fazia a vontade dele e nao a mãe e o pai dele carnais. Não é que Deus não honra as nossas relações familiares, mas a gente tem que compreender onde estão os mitos que existem por detras de uma noção heterocêntrica e heteronormativa que muitas vezes é aparente e sem significado.



BÍBLIA, HOMOSSEXUALISMO E MITOS


Duas “naturezas”: Homossexuais e Heterossexuais



               “Tempos atras eu vi o Pastor de uma grande congregação dizer em meio a uma grande população de crentes que a atitude do STF quando aprovou a união homoafetiva produziu um ato insano e inconsequente... ele não se deu conta do quanto ele mesmo foi inconsequente neste ato.”


            As discussões a respeito da homossexualidade vêm ganhando cada dia mais necessidades de serem colocadas em prática. Os mitos a respeito do tema tendem a ser quebrados. A sociedade tem percebido que esse tipo de sexualidade é uma realidade e não uma invenção e precisa ser encarada como parte do mundo, parte intima da sociedade como é a heterossexualidade. Precisa ser vista tal como é: "algo natural". E se é natural faz parte do equilíbrio da sociedade, como tudo que é natural.

As raízes de toda defesa homofóbica e de toda sorte de brutalidade que a homoafetividade tem sofrido esta no fato da insistência na idéia de que o homossexulidade não é uma natureza, mas uma invenção, ou seja, não existe homoafetividade, mas somente natureza heterossexual. Mas essas idéias tem sido quebradas considerando toda uma onda natural de indivíduos homossexuais que hoje tem tido liberdade pra se expressar, para explicitar sua natureza e seu caráter.

Tudo isso tem sido cada vez mais possível: fruto de um processo de conscientização das pessoas que percebem que precisam lidar com a situação porque convivem com o homossexual nas escolas, na família, no trabalho, nas igrejas. E começam a perceber que o homossexual não é nenhum “ser de outro planeta”, mas é gente, é ser, é humano. E se é ser humano é vida, respira, se expressa e tem sentimentos. Faz historia, produz, ama e transforma.

            Assim, sabemos que somente o homem faz historia. Dessa historia faz parte as modificações existentes nas sociedades que são produções conscientes e inconscientes desse ser humano, que dentro de um processo de amadurecimento e transformações de mentalidade, estão intimamente ligadas às mudanças de diferentes gerações de indivíduos conseguindo perceber novas perspectivas e diferentes idéias de compreensão inerentes ao mundo e à vida.

Assim, a homossexualidade que durante muito tempo sofreu preconceito e uma visão mítica no contexto geral das sociedades tem encontrado hoje novas possibilidades de ser compreendida e aceita. Mas essas transformações foram marcadas por varias situações anteriores que a possibilitaram sendo necessário entender isso não somente dentro de uma visão racional, mas, também, podemos visualizar essas transformações a partir da fé. Porque se Deus permitiu muitos anos de ignorância a respeito, acredito que mais por culpa da dureza do coração humano, Ele é parte integrante da construção dessa nova visão. Porque o agir de Deus é tão perfeito, muitas vezes, que parece desapercebido do próprio agir.  É por isso que muitos incrédulos não acreditam na existência de um Deus. Porque a discrição é, muitas vezes, o caráter do seu agir. Mas, dentro de sua sabedoria, encontrando brechas na "Boa Vontade" de alguns homens, o Senhor abre caminhos, novas possibilidades, para que se cumpra um projeto Seu. São muitos os homossexuais que precisam ser salvos, e terem acesso a luz de Deus que é Jesus Cristo. Lembrando que todo projeto de Deus é gerado por aquilo que é sua essência: o amor.

Dessa forma, cresce uma tendência na qual não podemos mais fugir ou ignorar. O homoafetividade tem sido parte da vida de cada um de nós, ou seja, toda pessoa, tem um amigo homossexual, um parente, ou um colega, um conhecido. Crescem o número de pessoas assumidamente homossexuais. Sujeitos ativos que lutam pelos seus direitos. As contradições reais e os conflitos de valores obrigam ao questionamento das causas homofóbicas que já não se adaptam a realidade. A mídia tem tido um papel preponderante e, mais do que isso, a vida, as relações. Acredito que os mitos a respeito do homossexualismo tendem a se quebrar, pouco a pouco.

 Acredita-se o senso comum que a intolerância a homossexualidade veio junto com o Cristianismo, mas isso não é verdade. Essa intolerância, que se deu em fins da Antiguidade e se estabeleceu coercitivamente na Idade Média, tem uma relação direta com varias concepções filosóficas que as legitimaram - como o dualismo e estoicismo - que nada tinham a ver com o cristianismo, pois não nasceram no mundo cristão, e que produziram idéias muito particulares (como a do sexo única e exclusivamente para procriação, a castidade, a ilicitude a qualquer forma de prazer, etc.), mas que se estabeleceram junto com a entrada do Catolicismo institucionalizado quando esta se tornou a principal instituição religiosa cristã na Europa e que usou essas noções como ideologia dentro do processo de domínio.


Ora, qualquer teólogo e historiador da área de cristianismo letrado sabe disso. A partir disso, essa intolerância do Cristianismo Católico Medieval a práticas homossexuais deu base a interpretações equivocadas de contextos bíblicos em meio a uma sociedade coerciva, autoritária, arbitraria. Isso possibilitou uma sociedade teocrática e onde o fanatismo religioso que é comum nesses tipos de sociedade a legitimava.

Os frutos do que se produziu a partir disso acabou sendo colhidos ate hoje. Mas nesse intervalo muitos homossexuais foram mortos em fogueiras, perseguidos terrivelmente. Nos primeiros quatro séculos depois de Cristo, não se fala em nenhuma perseguição a homossexualidade. Nenhum comentarista cristão (pais apostólicos) interpretou-a como pecado, segundo a bíblia. O primeiro a fazer isso foi João Crisóstomo (homofóbico e anti-semita) em 400 d.C. e depois colocadas em praticas por Santo Agostinho, profundamente influenciado pelo Gnosticismo e Maniqueismo (noções filosoficas antigas que tinham como base a separação entre a materia e o espírito. Noções filosoficas que incorporadas ao Cristianismo irão definir conceitos como a ilicitude a toda forma de prazer e isso refletiu drasticamente nas uniões afetivas, tanto heterossexuas como homossexuais. Mas a isso se profetizou em 1 Timótio 4 (2-4):

2 Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;
3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;
4 Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.
(1 Timóteo 4:2-4)


Olha como é mais profundo esse trecho na TNM (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas), vale a pena ate destacar os versículos de 1 a 5:


1-No entanto, a pronunciação inspirada diz definitivamente que nos períodos posteriores de tempo alguns se desviarão da fé, prestando atenção a desencaminhantes pronunciações inspiradas e a ensinos de demônios,
2-pela hipocrisia de homens que falam mentiras, marcados na sua consciência como que por um ferro de marcar;
3-proibindo o casar-se, mandando abster-se de alimentos que Deus criou para serem tomados com agradecimentos pelos que têm fé e que conhecem a verdade de modo exato.
4-A razão disso é que cada criação de Deus é excelente, e nada deve ser rejeitado se for recebido com agradecimento, 5porque é santificado pela palavra de Deus e pela oração sobre [ele].
(1 Timóteo 4:1-4)


            É bem verdade que o tema “Homossexualismo”, hoje, tem podido ser fonte de muita discussão porque além de tocar numa parte intima da sociedade que é sexualidade humana, vivemos numa sociedade laica, com uma política ocidental que defende a prevalência dos direitos humanos e o pluralismo político. Graças aos Céus!!! Alias a democracia é algo que não podemos abrir mão nunca. É uma grande dádiva da construção das estruturas política histórica ocidental que deve ser tratada como marco de toda política, e que não seja uma democracia aparente, mas verdadeira.

No bojo desses acontecimentos, podemos então perceber que não só existem heterossexuais no mundo, mas existem também, pessoas que são homossexuais e que historicamente esta comprovado: eles sempre irão existir.

Foram anos de conflitos... foram séculos de perseguições – os homossexuais sendo lançados em fogueiras, passando pela mão de inquisidores cruéis e sofrendo as piores torturas. Ainda no século XX, Hitler lançou vários deles, junto com os judeus aos campos de concentração, além da perseguição da intolerância muçulmana que ainda é grande. Mesmo assim, os homossexuais estão por ai, ainda perseguidos, sob vários aspectos, mas sempre emergindo.

Daí podemos chegar a uma breve conclusão: pode-se dizimar do mundo toda a população homossexual que existe que novas gerações e populações de homossexuais irão nascer. Bem, os homossexuais não são indivíduos à parte, ou um tipo humano diferente, mas nascem da união de indivíduos homem e mulher numa relação heterossexual.  Ou seja, podemos concluir que qualquer individuo heterossexual esta sujeito a ter um filho homossexual. E que em toda sociedade sempre existiu homossexuais e sempre vai existir. Só uma mente com inspiração satânica como a de Hitler e de outros que existem por ai, que vestindo a carapuça de uma falsa paz, mas que querem na verdade a guerra é que não se conformam com essa verdade.

Ou seja, a homossexualidade nunca foi uma novidade, não é e nunca irá ser.

            Assim, nós podemos compreender que o sentimento homossexual é um sentimento natural que existe dentro de alguns indivíduos e a ciência já comprovou isso. E que a homoafetividade não é fruto de um desvio de conduta ou de caráter como muitos pregam. Assim, entender a homossexualidade como um sentimento natural de pessoas que são homoafetivas pode ser o principio de uma nova forma de pensar que irá possibilitar a quebra de muitos mitos acerca do tema. Porque nem todos são intolerantes ou querem ser. Ou se são é porque estão com a mente ofuscada por conceitos contrários, sem sentido, mas que podem vir a serem esclarecidos.



Intolerância no Homoafetivo


            É bem certo que a intolerância a homossexualidade ainda existe de uma maneira muito grande, se dando no meio do ambiente heterossexual e se legitima muitas vezes até na mente do próprio indivíduo homossexual, onde muitos deles, por absorver o preconceito contra si mesmo, acabam não aceitando a sua própria condição, por conta dos tais mitos que a sociedade incutiu-lhes desde o seu nascimento. É rara a criança hoje que não nasce num mundo que denigre a homossexualidade com palavras chulas e torpes que não valem nem a pena repetir, de tão vulgares. E aos religiosos, em grande parte, se dá responsabilidade por isso porque são omissos.

Assim, o preconceito do homossexual em ser homossexual passa a ser até compreensível porque se torna um conflito interno fruto de uma classe social que é inferiorizada pela falsa idéia do erro de uma falsa natureza e, por conseguinte, a falsa idéia do pecado.

Porque os valores que a sociedade produz são, muitas vezes, aparentes, irreais e sem significado, e por isso oprimem, pois são incutidos nas mentes das pessoas de maneira inconsciente em seu processo de formação: são os padrões de beleza que mudam a cada geração, é a valorização do rico em detrimento do pobre, é a supervalorização do dinheiro e da matéria como estrutura principal da felicidade em detrimento do espiritual e ético, é o casamento heterossexual visto como única forma de união afetiva, que mesmo sabendo que esta sujeita a desavenças, contradições e separações se restringe a única forma de união afetiva onde se consegue ver beleza. Porque o mais importante na nossa sociedade tem sido muito mais do que a essência, a aparência das coisas. E isso - aparência versus essência - é importantíssimo, dentro do objeto da nossa discussão. Porque o cuidado com a aparência das coisas e a insistência em valorizar o exterior em prol da essência é que torna a sociedade materialista, individualista, centrada em si mesma e intolerante.

Deus nunca julgou as coisas pela aparência. Alias, Deus, apesar de conhecer tudo o que somos por fora, nos vê, incomparavelmente mais, na essência. Isso é importantíssimo, importantíssimo, posso frisar, não só para se compreender as escrituras bíblicas, mas, também, para vivê-las. Se Deus nos visse na aparência, seu olhar seria completamente humano a cerca de nós, não nos salvaria. Ele vê a nossa alma. Porque o que somos por dentro é o que realmente define o que somos por fora. E não o contrario. O que produzimos por fora vem daquilo que construímos dentro de nós, da nossa formação, sejam qualidades, acertos, erros, valores, coisas boas e ruins.

Supervalorizar a aparência ao invés da essência é mentir. É definir valores completamente dissociados da natureza de Cristo, é pecado grave!!


Minorias e intolerâncias (Posição da maioria das Igrejas frente a homossexualidade)

O negro, por exemplo, numa sociedade escrava, a mulher numa sociedade onde ela não tem valor algum perante os indivíduos homens, etc. temos vários exemplos de que aquele individuo menosprezado numa sociedade ou por sexo, por raça, origem ou condição social acaba se considerando um erro individual e produzindo dentro de si um forte sentimento de culpa, inferioridade e não aceitação. O negro, em conflito, acaba desejando no seu inconsciente ser branco, a mulher acaba acreditando que a natureza não lhe privilegiou pelo fato de ela ser uma mulher numa sociedade onde o valor esta em ser indivíduo do sexo masculino, etc.


            Assim, muitos homossexuais, também, acabam construindo dentro de si muitos conflitos e “sentimentos de culpa” por não aceitar a sua própria natureza como se ele tivesse dolo por nascer assim, por sentir uma natural atração sexual e sentimental por alguém do mesmo sexo, já que ele foi criado para sentir o contrário.

Estamos assim acostumados com pregações que dizem que a homoafetividade não é fruto de uma natureza e que não podemos fazer a comparação com a discriminação étnica, por exemplo. Radicais, infelizmente, inconseqüentes e de atitude cruel e covarde a maioria dos pregadores tem defendido que as pessoas homossexuais não nascem homossexuais. Legitimam a absurda ideia que os homoafetivos inventaram sob a péssima opção pelo erro e pelo vício o desejo sexual pelo mesmo sexo. Convalidam essas idéias em falsas traduções e interpretações bíblicas estimulando a sociedade a manter o individuo homossexual como se diz: dentro de um armário; sob pena de exclusão social, ou de condenação divina, como se Deus fosse omisso, perverso e mentiroso como eles.

Assim, procuram explicações míticas ou místicas para definir a homossexualidade. Defendem suas teses em argumentos simplistas como por exemplo: do filho em que sua mãe  obrigava a lavar pratos, ou a avó que dengava muito o neto, ou o pai que não deu ao filho o devido carinho e assistência, ou o demônio que se apossou de seu caráter sexual. Pior, definem o homossexual como pessoa cruel e destruidor da família e muitos radicais consideram eles dignos até de morte. Como se o principio para se ser um ser humano digno fosse ser heterossexual. Como se os heterossexuais fossem bons em contradição ao homossexual que já é por conta ruim.

Nós sabemos que isso não tem fundamento. Quantas pessoas não tiveram esse tipo de experiências ou foram amadas profundamente pelos pais e são homossexuais. Quantos homossexuais são pessoas corretas, dignas, e trazem benefícios para a sociedade a partir do seu trabalho e de uma postura ética. Como se não existissem heterossexuais malignos, adúlteros, perversos, promíscuos. Alias, diga-se de passagem, a maioria das pessoas do mundo se dizem heterossexuais. Os maiores cruéis do mundo se legitimaram em cima da falsa firmeza da heterossexualidade.

            É bem verdade que se o individuo tiver que ser heterossexual você pode criá-lo durante toda infância e adolescência como homossexual, mas o lado dele heterossexual na idade adulta irá prevalecer, e naturalmente.

            Constranger, também, o homossexual a ser heterossexual e se relacionar com uma pessoa do sexo oposto é uma agressão. É obrigá-lo a viver uma mentira. É violentar a sua sexualidade, destruindo seus sonhos, sua verdadeira essência sexual. É fazer isso de maneira cruel agindo no inconsciente do indivíduo, produzindo culpas, traumas e conflitos. É criar, assim, um desequilíbrio natural que reflete tanto no interior desse indivíduo como no interior da própria sociedade. Melhor dizendo, aceitar a natureza homoafetiva e tentar compreendê-la faz parte de uma relação de equilíbrio tanto a nível individual como social. Considerando que a destruição da natureza traz desequilíbrio ao meio ambiente, não há também como mudar a natureza essencial de cada um de nós. E se a sexualidade homoafetiva é natural, desvinculá-la de seu propósito natural só ira produzir esse desequilíbrio que ira refletir a partir do campo individual atingindo toda uma esfera social. A família, por exemplo será a mais atingida. Porque não há como se construir uma família verdadeira debaixo de uma verdade aparente, ou seja, de uma mentira. Dae vem os conflitos da não aceitação, dos sentimentos de culpa ou da construção de laços aparentes mas sem raízes.          

Mas os intolerantes pregam o contrario. Que a homoafetividade é quem produz  o desequilíbrio porque é anti-natural e a não aceitação da mesma ira produzir equilíbrio.  O equilíbrio que eles pregam a partir da idéia de que só existe natureza heterossexual nunca se conseguiu colocar em pratica, apesar de tanta coerção. Se existisse equilíbrio numa única natureza que se pressupõe existir, heterossexual, esse equilíbrio de fato, já existiria. Mas não é isso que nós vemos ae fora, num mundo que se diz heteroafetivo literalmente em desequilíbrio. Que não só esta em desequilíbrio por causa da não aceitação da homoafetividade, mas por causa da forma como a sexualidade tem sido construída, cheia de valores deturpados e longe da vontade de Deus. Banalizada de fato. É essa sexualidade, banalizada, que a Bíblia condena, tanto em Leviticos, quanto nas cartas do Novo Testamento. Veremos adiante, que o ser humano durante toda sua historia banalizou a sexualidade. E esse é o pecado que a Bíblia condena, sexo vulgarizado, sem amor, sem compromisso, sem Deus. Assim, veremos adiante que a compreensão da sexualidade como algo que deve ser construído numa relação intima com Deus se encaminha para a formação tanto de um individuo heteroafetivo equilibrado, como um individuo homoafetivo equilibrado. E a aceitação e o respeito mutuo entre as partes. Na verdade, a sexualidade só tem equilíbrio quando há amor, quando há a inspiração Divina. Ao contrario, se torna bem mais difícil manter um relação afetiva a dois.

 Criticamos o homem medieval, ignorante, em quase toda sua totalidade, mas repetimos os mesmos erros, em tempos que o acesso ao conhecimento tem sido incomparavelmente maior. A intolerância é, em parte, fruto da ignorância, da predisposição em não aceitar a mudança ou do medo, mas, também, em grande parte intransigência, fanatismo, extremismo, egoísmo, personalismo, ou seja: eu acreditar que a minha felicidade tem que ser a dos outros. Ou o medo de que a minha felicidade seja invadida por algo que não me é peculiar. O desrespeito, assim, pela individualidade alheia. A insistência dessa prática pode levar muitas tristezas e angustias e a muitos casamentos aparentemente bem realizados mas sem raízes, ou sem essência. É bom observar que o sentimento homoafetivo não é só sexual é, em especial, afetivo, e muitos lidam com a prosaica idéia de o sentimento homossexual ser apenas sexual e carnal. E se fosse somente sexual era facil de lidar, mas por ser afetivo o peso é bem maior, porque invade a essência e as raízes psíquicas do indivíduo, algo que ninguém pode mudar.

            Na verdade sabemos que nós vivemos num mundo onde se pressupõe a predominância de indivíduos heterossexuais (falo isso, porque só quem conhece os sentimentos da pessoas é Deus). Por isso é fácil para um heterossexual apreender a idéia de que o homossexualismo é um erro, quando ele olha pra dentro de si mesmo somente. E se não há, nesse sentido, conflito para sua sexualidade, porque ele esta satisfeito com a sua condição e a sociedade o aceita, o problema do homossexual passa a não ser dele. Bem o heterossexual, ou ele é intolerante ou ele é omisso, muitas vezes. O problema passa a ser dele quando um filho homossexual nasce, ou um irmão, ou alguem que ele ama e considera;  situação que ele poderá a partir disso aceitar e compreender, ou insistir em não aceitar, ou, como fuga, fingir não enxergar.


Nas igrejas a situação ainda é pior, pois, sob o domínio de autoridades que não querem saber de compreender o homoafetividade sob outro prisma, ou sequer buscar a Deus acerca do assunto, preferem à idéia acabada e pronta de que o homossexualismo é pecado. Alias é a única explicação que se tem acerca do tema nas igrejas. Como se isso mudasse a condição do homoafetivo ou fosse suficiente para que ele deixasse de ser, assim como o ladrão deixa de ser ladrão, o mentiroso deixa de mentir, o assassino deixa de cometer assassinato. Alias, fazendo comparações grosseiras de homossexual com ladrões, assassinos, pedófilos, cruéis, perversos; eu já vi absurdos de uma pessoa dizer sob sua equivocada compreensão bíblica que um Adolf Hitler, um estuprador, um pedófilo, é mais justificável que um homossexual diante de Deus. Pra se ter idéia do nível de intolerância que o homossexual esta sujeito.

Se pensarmos bem, isso vem nos mostrar que a intolerância ao homossexual é arbitraria, fruto de um valor humano e não tem nada a ver com Deus. Os crentes, que se dizem filhos de Deus, que, obviamente, por amor, deveriam ser defesos da questão, se tornaram arquiinimigos dela. Mas, mesmo assim, se dizem amigos dos homossexuais. E escondidos em uma postura que eles mesmos consideram e se convencem de “bons samaritanos”, se propõe assim a uma ajuda vã, - veja bem, no sentido da sexualidade - com palavras vãs e condenações sem significados, produzindo timidez, medos, ameaças e com falsas ideologias e pregações contrarias, que não curam, que não transformam,  e que ficam no campo da aparência.  Contentam-se, assim, com uma cura aparente, que são manifestadas através de experiências individuais “de falsa cura”. Ou com a defesa da absurda idéia de que o homossexual deve se manter casto. Ou seja, ele deve lançar seus sonhos nos confins do mundo para satisfazer ao ego dos moralistas, porque somente estes podem ser felizes na sua vida sentimental. São mentiras encarapuçadas, falsas verdades alienantes. Por isso que grande parte dos homossexuais, não enxergando no mundo cristão, solução pratica e concreta, têm sido entregues, ao contrario, a um mundo vil, ao mundo perdido, ao descaso, acabando por serem associados a este. Assim, como o lado afetivo do homossexual é atingido, ele acaba não conseguindo se manter firme na igreja ou sequer se mantém. E o que tais autoridades religiosas fazem constantemente é tomar o nome de Deus em vão. Porque falar mentiras usando o nome de Deus é um dos maiores pecados que existe. Esta ae um grande cuidado que devemos ter ao falar daquilo que não sabemos e não compreendemos, ou de se misturar valores humanos a valores de Deus.

Porque a condenação da humanidade se dá por negarmos a Jesus Cristo o Salvador e, assim, negarmos a Deus e a andar na Sua presença, da qual é impossível viver. E, assim, se andarmos em desobediência a isto essa condenação é natural, porque é natural que se eu viver sem Jesus Cristo que é a única fonte da vida e de todas as riquezas e estarei perdido. E assim, é obvio que a condenação não se da por eu ser homossexual. Deus nunca vai condenar ninguém somente por ser homoafetivo. Assim, fazer-se abominável aquilo que Deus criou, fazer-se anti-natural o que é natural, negando a natureza homossexual é pecado. É negar o que Deus criou. É mentir a cerca de Deus. Ao contrario do que ser honroso é ser desonroso, sem decoro, inconveniente, é ser estúpido e grosseiro, ser indiretamente assassino, produzir falso amor, é querer ser vigia dos outros, é querer se deus dos outros... porque o amor verdadeiro não se confunde, é perfeito e esta intimamente ligado a natureza de Jesus Cristo. Não adianta eu fingir que amo e que faço por amor sendo que não faço, porque o verdadeiro amor convence. Mas o falso amor que quer convencer sob pressão produz na verdade conflitos, prisões, raiva, ódio, intriga, mentiras, rivalidades e autoritarismo.

 Romanos 12 :9-10

9- O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10- Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;

Também, o homossexual que não se assume não se envergonha somente de si mesmo, mas da natureza que Deus lhe concedeu. Envergonha-se de ser integro e sincero. É tímido e covarde. E a covardia pode ser cruel. Tão cruel quanto a intolerância, porque passa a ser cúmplice da mesma. Se alia a ela. Porque vive aquilo que a palavra de Deus mais abomina, a mentira. E essa mentira ele ajuda a legitimar e ao invés de lutar pela sua própria honra, luta a favor da sua própria desonra. E Deus se agrada de gente sincera e corajosa. Deus não se agrada de covardes. E, assim, o homossexual que não se assume ajuda a legitimar as questões que os intolerantes comumente tem classificado o mundo homossexual, sem questionar os verdadeiros fatores que levam a isso.

O mundo homossexual tem sido taxado de um mundo onde há a predominância de grande quantidade de promiscuidade. Aliás, como promiscuidade e satanismo combinam, homossexualismo e satanismo têm sido vistos como termos sinônimos. Satanás, na compreensão de muitos, é o grande homossexual. Dessa forma, Satanás, infelizmente tem sido o legítimo criador da homossexualidade na visão de vários crentes. As igrejas têm manifestado essa visão deturpada categoricamente (diga-se de passagem, ele é o legitimador e ao mesmo tempo o perseguidor). Como se Satanás tivesse condições de mudar o caráter sexual de alguém. O demônio não tem poder para isso. Ele simplesmente age nas nossas concupiscências, ou seja as concupiscências que já estão em nós e revigorando-as, faz manifestar: as nossas malícias, antipatias, intolerâncias, egoísmo, ignorância, perversidade, o querer ser o deus de nós mesmos e dos outros. Essas coisas já são partes da natureza humana que é pecaminosa desde sua queda. E se deixarmos, com certeza, elas irão reinar em nós. Mas se dermos vazão para os bons e puros sentimentos, o amor, a compaixão, a benignidade, a boa vontade, a paciência, com certeza esses sentimentos, sim, é que irão reinar nos nossos corações. Bem, isso é bíblico. Assim, pelas mentiras, infelizmente, o nome de Deus que é bendito eternamente, que é imaculado, puro e santo, tem sido profundamente confundido, e blasfemado. Porque se eu não falo acerca de Deus aquilo que é verdadeiro, eu somente confundo as coisas pertinentes a Ele. Isso é grave. Se eu não ajunto, eu espalho. Bem, se a homoafetividade nas igrejas não é aceita, ela acaba sendo entregue ao descaso. E isso acaba legitimando o discurso homofóbico.

“Lançam os homossexuais no mundo... desprezam seus mais profundos sentimentos e são os mesmos que, para se justificarem, dizem: 
- Olha o que eles fazem. Afastem-se, não vos associem a eles... Esses são os sodomitas que a Bíblia prega."

Mas quem são os verdadeiros sodomitas?

“Sodomia é perversidade, idolatria, peso injusto, iniquidade, exclusao do pobre e do oprimido, valorizaçao da aparencia em detrimento da essência, avareza, esquecer de Deus, querer se deus de si mesmo e dos outros!! Fácil esquecer disso tudo e centralizar na homoafetividade!!”

        

Ora, e se formos falar de moral, é somente o mundo homossexual que esta mergulhado na banalidade sexual? Bem, sabemos que o mundo heterossexual hoje em dia também esta. O mundo heterossexual não tem sido exemplo pra ninguém. A promiscuidade esta por todos os lados. E o heterossexualismo que é supostamente reinante deveria dar exemplo, mas não tem dado. E influencia diretamente o homossexualismo porque ensina a promiscuidade, a intolerância e a exclusão. Porque se as relações homoafetivas não são valorizadas pela sociedade seus laços acabam se tornando mais frágeis. Não há estimulo às relações afetivas homoafeitivas, grosso modo, antes, perseguição. Alias, é mais aceito, muitas vezes, indivíduos homossexuais viverem suas sexualidades em aventuras sexuais não assumidas e mentirem a respeito da sua identidade do que aqueles que verdadeiramente a confessam. Assim, as alianças homoafetivas acabam se tornam delicadas por não haver aceitação do homossexual de si mesmo, nem de sua família, nem da sociedade como um todo.

            A aceitação do filho homossexual dentro de uma família deveria ser sentida com a mesma alegria que se sente no nascimento de qualquer filho. Deveria também ser concebida como uma dádiva de Deus. Porque é uma dádiva do Criador. Mas essa não aceitação muitas vezes produz o contrario: peso, conflito, culpa, angustia dentre outros que já sabemos. Culpa-se a Deus por isso, como se Ele quem tivesse errado. Já vi casos de pais que entraram em depressão ou até enfartaram depois de receberem a noticia de um filho que se assumiu homossexual. É bem certo que foram vítimas de seu próprio pecado, porque um filho apesar de ser nosso, o é em parte, porque antes de ser nosso é de Deus e alem do mais tem a sua individualidade e muitos pais não entendem isso. Preferem valorizar a pressão social à felicidade do filho.

Quando amamos alguém nós o amamos incondicionalmente. Amar um filho é amar inclusive a sua natureza, seja ela homossexual ou heterossexual. Se eu amo alguém homossexual, eu amo inclusive parte da essência dessa pessoa que é o fato de ela ser homossexual;  porque eu não posso dissociá-la disso ou eu estou amando-a em parte, e não existe amar em parte.

“Não existe amar ninguém dividindo esse ser. Ou dividindo o nosso coração. Não existe amor em pedaços.”

O amor é inteiro. Só se ama de maneira inteira. O discurso homofóbico não é amor mas mentira. Se se diz amor, nada faz mais do que mentir. Nada faz mais do que um discurso que busca se justificar no medo, na timidez, na falta de coragem, na valorização de situações que não são reais, que não transformam. Porque o amor transforma. O ódio só destrói.

            Sabemos, então, que o discurso homofóbico da maioria dos cristãos tem sido: - a homossexualidade é pecado e contraria a lei de Deus. É um discurso que se fecha em si mesmo, nessa única explicação - “a homossexualidade é pecado e Deus fez o homem e a mulher, e um para o outro, e é isso que a Bíblia diz”. É um discurso categórico. E o pior é que consegue colocar a própria “Pessoa de Deus” numa condição em que nem Ele sabe explicar para um homossexual o porquê da homossexualidade ser pecado Para eles Deus diz: é pecado e pronto e acabou, mesmo que o homossexualismo exista de fato. Ou seja, respondem por Deus, envolvem Deus nisso, e ainda chamam Deus de intolerante e insensato. Porque a gente sabe por que roubar é pecado, prostituir, matar... mas a homossexualidade ninguém sabe explicar. Ninguém tem um argumento diferente deste. Mas há somente uma resposta: - É pecado. Essa é a única e determinante resposta para se explicar a complexidade de estruturas que se precisa estudar para se compreender a homoafetividade. É a única justificativa "simplista" fruto de uma cultura covarde que quer legitimar a mentira e a omissão mascarada num aparente santidade que é falsa e moralista.


É a partir desse discurso limitado e fechado em si mesmo que muitos compreendem que o homoafetividade é uma invenção. Bem, convenhamos, é a base da defesa homofóbica. Porque segundo eles não existem homossexuais, mas somente heterossexuais. E se alguém é heterossexual e passa a viver um lado homossexual que, então, não existe, é porque achou graça em inventar um novo tipo de sexualidade. E como se não bastasse, achou graça, também, de abrir mão de toda uma vida de sentimental de realizações, para que? Para agredir a si mesmo e toda uma sociedade. Porque preferiram ser insanos. Não por algum motivo óbvio mas porque simplesmente resolveram ser.


             Porque, em parte, é a partir do processo de exclusão social e econômica que a sociedade constrói em grande parte o latrocínio, a prostituição, o homicida, o pervertido. Mas o homossexual não é fruto disso. O homossexual pervertido sim pode ser fruto do processo de exclusão da sociedade, assim como qualquer pessoa. Assim como o mau produz frutos maus e o bem produz bons frutos existem heterossexuais dignos e homossexuais também. Alias diga-se de passagem a maioria das pessoas que roubam, que cometem crimes insanos, políticos inclusive, são heterossexuais. E o discurso homofóbico é cheio de raízes de interesses classistas  e políticos.

             "Todo discurso homofóbico esta aliado ao fanatismo religioso, ao anti-semitismo, ao racismo, ao ódio, à exclusão, a brutalidade, aos inquisidores, a meias-verdades, a mentira, ao egoísmo e omissão, aos primeiros pecados da humanidade de querer ser deus de si e dos outros e querer encontrar culpas nos outros dos próprios pecados. COMO “DEUS” PODE ESTAR NISSO?"

Agora, uma pergunta: que pessoa, abriria mão de toda uma vida sentimental, ou seja, de seus sentimentos tão preciosos, de ser feliz com alguém, de viver toda a realização do seu sonho de amor para, de repente, do nada, do ocaso, resolver viver uma identidade sexual falsa? Qual a vantagem disso? Um heterossexual faria isso?

            O discurso homofóbico perpassa o âmbito da razão, da ignorância e da violência legitimada através do desrespeito ao outro em nome de uma noção equivocada de moral. Pior, fazendo tudo isso em nome de Deus.

Porque o homofóbico quer mesmo é que os outros sejam felizes segundo aquilo que ele mesmo define que é felicidade. Mas, nem todo mundo é igual. Somos iguais em alguns aspectos, mas diferentes em muitos outros. Do que eles têm medo? De os homoafetivos obrigarem a todos a serem homossexuais? Muito pelo contrario, os intolerantes é que querem obrigar os homoafetivos a serem heterossexuais, e não o contrario.

            A natureza homoafetiva é indiscutível no aspecto racional. Mesmo assim a perseguição aos homossexuais ainda tem existido de maneira sutil e mascarada, dentro das igrejas.

Até quando? Nós crentes devemos ser perseguidos ou perseguidores? O que? Nos uniremos aos católicos medievais e aos muçulmanos intolerantes, que lançaram centenas de homossexuais à morte e até hoje os perseguem? Seremos cúmplices de Adolf Hitler, que mandou centenas de homossexuais, junto com os judeus aos campos de concentração? Alem de outros? Teremos de dar conta disso tudo a quem, aos homens ou a Deus? Levaremos em conta o amor ou a intolerância e opressão?

            Nos uniremos aos opressores ou aos oprimidos? Somos cristãos ou o que? A intolerância esta do nosso lado e não percebemos... a violência e a guerra também. Dela podemos fazer parte sem perceber.

            Muitos pregam que a homoafetividade é pecado e defendem essa ideia sob o pretexto de que manifestar oposição a ela é estar produzindo a paz e justiça. Mas não há como fazer isso sem incitar guerra, ódio e exclusão. Uma coisa não se dissocia da outra por mais que se queira.



BIBLIA E HOMOSSEXUALIDADE


Sexualidade, Bíblia e História



            Existe uma visão comum que na Antiguidade o homossexualismo era mais aceito. Isso não é totalmente errado, mas dependia muito da situação em que estava inserida a pratica dentro de cada sociedade. Alias, a pratica sexual no geral e os seus valores eram na verdade definidos de maneira singular de acordo com as varias e diferentes culturas. Inseriam-se assim, tanto as praticas heterossexuais como as praticas homossexuais.

Eram sem números, os diferentes modelos de sociedades na Antiguidade que produziram inúmeras formas de culturas e costumes. Hoje, sem negar a variedade de culturas que existem, há um processo grandioso de aculturação como nunca houve no mundo. Nós vivemos num mundo globalizado onde a informatização e a facilidade de transporte possibilita o contato fácil com os diversos tipos de cultura existentes. E isso facilita intercambio de idéias e costumes como nunca houve em tempos passados. O que era mais difícil em épocas passadas onde as sociedades ficavam presas ao seus próprios costumes e entendimento de mundo porque haviam muito mais dificuldades de contatos entre os povos.

            Hoje, também, além do mundo globalizado temos uma sociedade laica, onde a política tende a estar, graças ao Céus, desvinculada do âmbito religioso. Também uma novidade que vingou nos últimos séculos na Idade Contemporãnea porque desde que o homem existe todas as sociedades historicamente conhecidas, sem exceção, as sociedades da Pré-históricas, na Antiguidade, Medievais e Modernas os seus valores se construíam de maneira intimamente ligados à religiosidade. Nem a filosofia grega quando surgiu na época extremamente critica e inovadora conseguiu separar a religião da política. Ela vai conseguir isso séculos depois quando resgatada a partir do Iluminismo vai influenciar os movimentos liberais das políticas das épocas moderna e contemporânea.

            Assim, quando a ciência não havia se desenvolvido e, por isso, não estava no centro da sociedade, era a religião o centro e esta criou os chamados “mitos”. Os mitos, produzidos historicamente e de maneira inerente ao contexto de cada sociedade em si expressavam a forma de pensar e a visão de mundo das gentes na Antiguidade. Os mitos, assim, eram quem explicavam a vida e a existência. Cada sociedade definia a vida, o aparecimento de todas as coisas, os deuses, a sociedade, a fertilidade da terra, e todas as coisas, a partir do mito. Assim, o mito na Antiguidade, intimamente vinculado ao pensamento religioso, passava a explicar tudo, as estrelas, a terra, o nascimento das plantas, os sentimentos, a alma humana, a religiosidade, além do sexo. Dessa forma, criava valores sociais, econômicos, políticos e culturais que acabavam por subjugar a vida de cada indivíduo social.

Assim, podemos compreender que na Antiguidade a sexualidade e os valores que a envolviam estavam muito mais aliados à cultura e aos costumes da época. E não somente a homossexualidade como qualquer outra relação sexual ou afetiva. Além disso, para se entender a homossexualidade ou heterossexualidade nessa época deve-se estudar cada sociedade no seu contexto bem particular. Ou seja, não se pode compreender a sexualidade na Antiguidade num sentido generalizado mas num sentido bastante complexo. Algumas sociedades aceitavam as relações homossexuais de boa mente, outras aceitavam essa pratica somente em meio às guerras, outras, quando era praticada entre tutores e adolescentes. Bem verdade, que generalizadamente os valores que cerceavam as uniões tinham uma relaçao com a fertilidade, pela necessidade de crescimento populacional e a subsistência. Mas eram bem diferentes dos nossos. E cada sociedade definia esses valores de maneira distinta umas das outra. Se havia alguma proibição quanto a relaçoes sexuais não estavam envolvidas de valores morais como existem hoje.

Assim, a necessidade de crescimento populacional acabou valorizando a fertilidade e a capacidade de gerar filhos, porque as diferentes civilizações viviam em constantes guerras e lutas e era necessário um número de indivíduos quanto maior, que garantisse segurança e vitórias. A mulher passou entao a ser vista como reprodutora.

Podemos então compreender que a sexualidade na Antiguidade não pode ser vista de maneira alguma com a visão que temos hoje. Ela não era embutida do mito religioso que existe no mundo atual. A ideia de relacionar  homossexualidade/pecado se deu somente a partir da Idade Média quando o catolicismo institucional abarcou esse ideia e passou a influenciar as igrejas que se chamam cristãs. Mas antes disso era vista, de modo geral, de uma maneira bem mais natural. E se não era visto, como já disse, não era um valor moral pura e simplesmente que definia a não aceitação, era um valor que estava atrelado a outros fatores, não o de pecado em si segundo a noção que temos de pecado.

Na Antiguidade, assim, como todas as sociedades eram teocêntricas (os valores religiosos influenciavam toda a sociedade), a sexualidade era algo que tinha uma relação direta com o pensamento religioso; era um valor que estava atrelado ao indivíduo e sua relação com o templo. Porque o templo era o centro da vida da sociedade e tudo se voltava para ele. Exemplo: no Egito, o culto a Faraó o os mitos que  cerceavam e legitimavam essa pratica se tornaram o centro da vida dos povos daquela sociedade. Assim, essa forma de culto passou a ser aquilo que dava sentido a tudo que existia no seio da sociedade, desde o trabalho até as mínimas atitudes nas relações sociais.

Portanto, não estão de fora desse contexto as relações sexuais, onde estas eram consideradas uma dádiva proveniente das divindades, e  passaram a ser praticadas com forma de dádivas a elas. Não somente isso, o sexo era considerado algo participante ativo do processo de vida e criação. Faraó lançava o sêmen nas águas do Nilo em cerimônia como forma de legitimar a crença de que isso produziria abundância e prosperidade. Também eram comuns cerimônias onde ele fazia sexo e orgias em público, com participação ativa da população.

Se tornou, assim, comum, mas, tambem, honroso, não somente no Egito, como em varias outras sociedades, que as relações sexuais fossem praticadas como uma oferta aos deuses.  Na verdade, tudo era considerado no mundo gentílico uma dádiva dos deuses e em contrapartida uma oferta a eles: a vida, a prosperidade, a chuva, o sol, e todas as coisas, inclusive o sexo. E dentre os costumes de se fazer sexo em oferenda aos deuses estava, inclusive, o de se prostituir e oferecer o dinheiro fruto dessa prostituição às divindades. Era comum em muitas sociedades,  incesto, o sexo entre homens e animais e com crianças. E, nesse propósito, não se distinguia heterossexualidade ou homossexualidade. Os homens e mulheres respeitados na sociedade faziam isso comumente. E dentre esses atos sexuais estavam os atos homossexuais e heterossexuais. E independentemente de valores morais as pessoas eram muitas vezes obrigadas a praticar tais atos pra serem valorizadas ante a sociedade, sejam pessoas com natureza heterossexuais ou homossexuais. Sendo que na sua maioria eram o heterossexuais quem estavam submetidos a essa cultura praticando relações tambem de cunho homossexual.

Dentre as praticas sexuais, é necessario salientar  a de se violentar inimigos de guerras para se mostrar superioridade. Esses costumes principiaram desde sociedades mais antigas e se estenderam ate o Império Romano. Era comum nos exércitos quando soldados praticavam arbitrariamente contra seus inimigos o estupro em adoração aos deuses e divindades em agradecimento as vitórias sem se preocupar com a natureza sexual de ninguém.

Assim, para se compreender as leis do Velho Testamento bíblico deve-se resgatar ou se compreender quais os costumes tantos egípcios quantos das sociedades que estavam em volta, dos quais o povo hebreu na época estavam profundamente sujeitos a serem influenciados e assim poder entender os objetivos de Deus. Porque o que Deus lhes dizia se tratava de algo bem familiar. E para nós de cultura bem diferente que vivemos uma historia diferente, se tentarmos compreender as coisas da epoca a partir da nossa visao de mundo alcançaremos noções deturpadas. Temos que tentar compreender nos transportando para o homem daquele tempo.

Concluimos assim, que a sexualidade nas varias sociedades da Antiguidade se tornou algo vinculado a religiosidade que definia os seus valores e  significados. Sacerdotes chamados “prostitutos cultuais” eram preparados desde a infância para estarem nos templos. Era parte parte dos rituais o costume de durante os cultos às divindades a pratica de orgias. As mulheres ou homens honrados na sociedade tinham relações sexuais com esses sacerdotes considerados pontes entre os homens e as divindades.

Essa compreensão da cultura das relações sexuais na Antiguidade é importantíssima para se entender a que os textos bíblicos se referem quanto a atos sexuais homossexuais e heterossexuais também. Podendo ser paralelo entre a cultura da Antiguidade e uma relação mais significativa para a compreensão dos textos bíblicos. Podendo ainda construir valores profundos e significativos a cerca de Deus e a sexualidade.



Como deve ser feita a leitura bíblica:



Existe um erro enorme que muitos crentes cometem ao interpretarem a Bíblia quando consideram versículos separados e os tomam como verdade máxima sem considerar o contexto pelo qual tal versículo esta vinculado. A Bíblia tem que ser compreendida num contexto geral, porque ela é um tôdo harmônico. Além disso, cada versículo esta vinculado a uma ideia central de cada texto ou capítulo que tem que ser rigorosamente respeitada. Além disso, muitas pessoas tem a dificuldade de compreender que a Bíblia é um livro histórico e foi escrita dentro de um contexto histórico e cultural, num mundo completamente diferente do nosso. Não se pode compreender a Bíblia a partir do nosso mundo, mas ao contrario, deve-se ir ao passado, compreender as ideias e visões de mundo da época, culturas e valores e trazer para o presente.

Um historiador quando quer compreender uma época ele só consegue compreende-la verdadeiramente vivendo a época, interagindo com ela. Como viver a cultura de um índio sem interagir com essa cultura, vivenciado-a. Muitos antropólogos para compreender culturas indígenas convivem com os indivíduos da tribo e tentam de todas as formas se despirem da sua própria cultura convivendo meses com a tribo; usando suas roupas, comendo seu tipo de alimento, participando de cultos e festividades. Fazem isso para construir um olhar de dentro pra dentro e não de fora pra dentro. Um olhar de fora pra dentro certamente será equivocado.

Assim na leitura bíblica, como compreender, por exemplo, a mentalidade de Paulo sem viver o mundo de Paulo historicamente falando? Certamente o mundo de Paulo era inteiramente diferente do nosso. Existiam coisas naquela época que não existem hoje tanto em termos de vida pratica como de valores culturais, sociais, políticos, como até mesmo de linguagem.

Além disso, os textos bíblicos já passaram por varias traduções. São varias as edições que constroem termos em cima de termos, equivocando as expressões e que acabam modificando profundamente a capacidade de compreensão de determinados textos e impedindo algo importantíssimo no estudo da palavra: a capacidade de se fazer relações. E como a Biblia é um tôdo harmônico em si mesmo, isso acaba desarmonizando e trazendo conflito no entendimento dos textos e valores bíblicos. Tendo assim como consequência compreensões equivocadas de Deus e da Palavra. Assim, é bem melhor buscarmos compreender as traduções mais originais e fazer relações entre as varias traduções.

O entendimento da Palavra tem que haver conexão com o mundo real e significativo, ou seja é coerente com a realidade. Não devemos nos prender a uma verdade insana (sem respostas e significados), e sem conexão com o mundo real. As coisas de Deus têm respostas. Por isso devemos buscar compreender a Palavra em toda a sua essência e buscarmos a Deus e sermos críticos. Isso não é pecado. Deus jamais ira nos condenar quando somos sinceros e o nosso compromisso é com a verdade. Afinal de contas são muitas as vozes e quem deve ser nosso Maravilhoso Conselheiro é o Senhor Jesus Cristo.


Sodoma e Gomorra – quem são os verdadeiros Sodomitas???


 

“Sodomia é perversidade, idolatria, peso injusto, iniquidade, exclusao do pobre e do oprimido, valorizaçao da aparencia em detrimento da essência, avareza, esquecer de Deus, querer se deus de si mesmo e dos outros!! Fácil esquecer disso tudo e centralizar na homoafetividade!!”


 

            Hoje, culturamente falando, as relações estão muito mais aliadas à ideia do romantismo, ou seja, as pessoas querem se relacionar e se realizarem de uma maneira que tem muito mais a ver com a paixão, ou o desejo romântico, afetivo, o sonho de encontrar alguém, sua cara metade e ser feliz. É a ideia de relação afetiva/sexual no mundo de cunho ideológico inconsciente que tem uma relação direta com a economia capitalista. Não que na Antiguidade isso não existia, mas na Antiguidade a pressão social era outra. As máscaras eram construídas a partir de outros valores. No mundo capitalista, por exemplo, as questôes econômicas influenciam profundamente as relações. Nas discussões a cerca da valorização da família, por exemplo, a preocupação é muito maior com os bens, essa é a condição que mantém muitos casamentos. Por isso muitos políticos demagogos aproveitam o discurso em favor da família. Discurso aparentemente correto, mas sem significado coerente com o mundo real e significativo.

            E esse romantismo nos dias atuais, é algo que fica muito no âmbito da aparência onde o adultério é algo que tem se tornado comum, além da banalização da figura da mulher na mídia. E não falta gente batendo palmas e estimulando a pornografia explicita que tem sido colocada em prática. Não falo da pornografia por trás das paredes, mas a que tem sido explicita nos meios de comunicação, em outdoors, nas revistas, nas danceterias e que tem sido aceita veemente pela sociedade, grosso modo. Porque é raro quem critique. Ou que aponte novos valores. Já fomos obrigados a nos acostumar.

O discurso homofóbico, em muitos casos, tenta legitimar-se em favor da intolerância ao homossexual, mas aceitando a promiscuidade no âmbito heterossexual: o adultério, a banalização da mulher, a fornicação, etc. Porque o que existe concentrado em termo de valorização da promiscuidade tem sido comumente aceito no âmbito heterossexual, mas quando se fala de um amor verdadeiro entre duas pessoas do mesmo sexo passa a ser motivo de escândalo. A sociedade tem tido comumente o mau costume de trocar os valores. E isso se faz também na interpretação da Bíblia aceitando aquilo que somente lhe é conveniente, ou aquilo que pode aguçar moralismo. No Brasil, por exemplo, noticias de corrupção e violência já se tornaram comum, nem escandalizam mais. Mas um beijo de amor entre dois homens em novela acaba assustando bem mais. E os políticos adoram valorizar esses últimos para fazer o povo se esquecer desses primeiros. E indiretamente muitos que se dizem filhos de Deus ajudam a amparar tantas farsas.

Não existe maior erro de interpretação bíblica que se tem feito até hoje por muitos como ao que se refere à destruição de Sodoma e Gomorra. São comuns as pregações que faz analogia à ira de Deus sobre essas cidades devido ao homossexualismo. Cometem-se, assim, o erro grosseiro de até dizerem que a destruição dessas cidades por Deus se deu por único e exclusivo motivo: o homossexualismo que ali existia. É muita falta de estudo e de insistência numa condição onde as pessoas preferem por comodidade reproduzir a mentira e a interpretação equivocada de alguns textos bíblica sem sequer buscar compreender o contexto na sua veracidade.

Porque a verdade é algo que Deus ama a verdade intimamente, mas parece que muitos crentes preferem a mentira e a omissão. Porque falta-lhes coragem para buscar a verdade, pesquisar, construir novos argumentos, orar a cerca do assunto, pedir ao Deus Vivo esclarecimento; Ele que é o único que pode responder aos nossos questionamentos e quer trazer a tona a verdade. Muitos não tem coragem de compreender assuntos mais complexos, ou seja, são tímidos, tem mêdo, porque estão presos ao homem e a valores que não são de Deus. E a falta de coragem também é pecado, porque produz a omissão, porque produz mentira. Porque é mais fácil eu omitir do que encarar a sociedade. É mais fácil eu ser tímido. Por que o que importa é buscar subterfúgios para se legitimar dentro de um discurso que já esta fechado em si mesmo. E sendo em nome de Deus, melhor ainda, mesmo que seja mentindo e fingindo que a mentira seja uma grande verdade. Mas Deus abre portas onde não há portas e fecha portas que estão abertas e ninguém abre. Essa é a esperança dos justos. Deus é a verdadeira justiça que há de se manifestar plenamente. E não há verdade que esteja para sempre encoberta e que não haja de se manifestar. Nesse aspecto se da a compreensão da homoafetividade como criação e projeto de amor de Deus.


Para se compreender a destruição das cidades impenitentes é preciso fazer relações do histórico de Gêneses com outros textos bíblicos que abordam também o assunto.


Em Mateus 10:5-15

   “5 - Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis   pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;

6 - Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;

7 - E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.

8 - Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.

9 - Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos,

10 - Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento.

11 – E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos ai ate que vos retireis.

12 – E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a;

13 – E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.

14 – E se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.

15 – Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.”

Outras passagens da Bíblia afirmam a mesma coisa de maneira bastante clara. Há outras referências bíblicas menos diretas a Sodoma:

Em Isaías 1:10-17

“10 - Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.

11 - De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.

12 - Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?

13 - Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.

14 - As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.

15 - Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.

16 - Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.

17 - Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.”


Em Isaías 3:9

“9 - O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.”



Em Jeremias 23:14

“ 14- Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra.”


Em Sofonias 2:8-11

“8 - Eu ouvi o escárnio de Moabe, e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo, e se engrandeceram contra o seu termo.

9 - Portanto, tão certo como eu vivo, diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá.

10 - Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do SENHOR dos Exércitos.

11 - O SENHOR será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios.”



E em Ezequiel 16: 49-50 ainda se diz:

“49 – Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundancia de ociosidade teve ela e tuas filhas; mas nunca esforçou a mao do pobre e necessitado.”



            Os termos em negrito mostram verdadeiramente quais os pecados de
Sodoma e Gomorra. Agora pergunto, porque os “ditos grandes homens de Deus” desprezam isso? Pra começar, se Deus destruísse Sodoma e Gomorra por causa do homossexualismo, ele não destruiria Sodoma e Gomorra, cidades extremamente populosas e, claro, as relações heterossexuais existiam ali em maior número, com certeza. Se Deus destruísse por causa da homossexualidade Ele não só destruiria Sodoma e Gomorra, mas todas as sociedades existentes na época. Ele destruiria o mundo.

Compreender que o pecado de Sodoma e Gomorra esta na homossexualidade somente pelo fato de que os homens das cidades queriam possuir os anjos que foram ao encontro de Ló é uma explicação resumida e simplista frente a complexidade de condições que determinaram a destruição dessas cidades.

Porque então os homens de Sodoma queriam violentar os anjos? Para colocar em pratica o costume que já exploramos: de mostrar superioridade. Porque eram maus, preconceituosos com estrangeiros, presunçosos e perversos.

O que fez com que Deus destruísse as chamadas cidades impenitentes é o que acontece hoje no mundo a olhos vistos. Perversidade, crueldade, falta de amor, promiscuidade, adultério, mentira, insensibilidade ao outro, idolatria. E essas são características que têm se manifestado no mundo e no ser humano. Alem do desejo do homem de ser deus de si mesmo e dos outros. Algo que se relaciona diretamente com o primeiro pecado original, o homem querendo ser igual a Deus.

E o exemplo de Sodoma e Gomorra deve ficar para nós de maneira integra e não equivocada. O desvio da palavra em colocar a destruição de Sodoma e Gomorra na homossexualidade acaba mascarando os verdadeiros pecados daquela sociedade, ficando um exemplo deturpado pra nós. Porque a soberba tem sido característica daqueles que omitem a palavra de Deus e não tem coragem de explanar a verdade e, assim, ao invés de libertarem, algemam. Idólatras que negam a Cristo omitindo a verdade e desviando a palavra de Deus do seu verdadeiro propósito. Fazer isso significa bem justificar determinados pecados em função da criação de outros valores convenientes. Não podemos negar que a palavra Abominação é tudo o que nega Cristo e sua natureza. Tudo que tira Cristo do centro da adoração e do louvor. E assim tudo o que se pode falar erroneamente a respeito da pessoa do Senhor é mentira e nega Ele. Apresentando outra pessoa que não é o verdadeiro Cristo Jesus: humilde, amoroso, sensível e justo. Deus se agrada em ser visto como Ele é. O maior juízo de Deus cairá com certeza sobre aqueles que mentem a cerca d’Ele falando o que não sabem, sem experiências, mentindo por conveniência, dinheiro, omissão, juízo de valores próprios, e no final das contas fazendo justiça usando de sua própria noção de justiça e ainda envolvendo Deus nisso. Negam justiça ao justo e justificam a injustiça do ímpio por estarem presos a laços humanos e não de Deus.

O mito da analogia entre Sodoma e Gomorra - homossexualismo e ira de Deus - é argumento para muitos crentes que se tornam defensores de uma postura anti-homossexualismo e falsa libertadora a partir da vã filosofia: libertação ao homossexual pela palavra de Deus. E assim, defendendo a causa anti-homossexual (legitimando a pratica homofóbica) muitos crentes constroem toda uma vida de trabalho onde no final das contas a impressão que se tem é que eles compreendem e se dão a compreender que a salvação ou perdição do homem se limita ao fato de ser ou não ser homossexual, simplesmente. Uma postura na qual se da a impressão de que eles entendem que a base de toda problemática humana esta no fato de existiram homossexuais. Resolvendo-se isso, resolve-se tudo. Insensatos!

Como que Deus vai libertar aquilo que já está liberto? A liberdade do homossexual esta em acreditar que o seu sentimento é natural e que é obra da criação de Deus. Esta em quebrar os seus mitos. De buscar a Deus, e concretizar Seu propósito naquilo que Ele mesmo quer colocar em prática na vida de cada homossexual, individualmente. É preciso entender isso: se Deus criou o homossexual, é porque Ele tinha um propósito nisso. De amor, com certeza. E fazer dessa benção, de ser homossexual, algo para glória de Deus. E não instrumento de aflição pra si, pra ninguém. E ter em Deus a direção e a realização de um sonho de realização que antes e acima de tudo é sonho de Deus, e se concretizaria na vida de parte da humanidades. É isso mesmo, acreditar que ser homossexual é uma benção, é um presente de Deus. É acreditar que Deus pode tornar isso realidade.

Mas se o homossexual não tem ouvido a Deus, mas essa sociedade hipócrita, intolerante é por que, ao contrario tem sido levado por ventos tão contrários e se distanciado tanto dos maravilhosos projetos de Deus pra sua vida. E vivido tristezas, contradições, porque acaba não aceitando a sua própria natureza. Falta-lhes apoio, e assim, falta-lhes fé. Muitos são os homossexuais que não tem coragem de se assumir e vivem de aparência enganando a si e aos outros. Cria-se valores no seio do próprio homossexualismo, uns se achando melhores que outros, legitimando toda essa onda de hipocrisia homofóbica. Ao invés de se unirem dispersam-se e enfraquecem-se.

A escravidão no Brasil não tinha força pra vencer a onda de opressão e jugo que estava sobre ela. A explicação esta em grande parte pela rivalidade que existia no seio da própria escravidão. Sem perceber se auto-legitimava pelo preconceito e rivalidade que existia no meio dos próprios escravos. O escravo se achava melhor que outro ou por condição ou por raça. Assim, se pode compreender que no seio do homossexualismo se vê, infelizmente, que o próprio homossexual é preconceituoso e classista para seu próprio prejuízo. Como se isso pudesse modificar sua condição e natureza. Deus com certeza não se agrada disso.

Há também uma tese bem interessante a cerca do entendimento do castigo de Sodoma e Gomorra centralizada na na falta de hospitalidade. Ela se torna bastante significativa quando direcionamos ela a um significado profundamente espiritual, que se relaciona bem com o texto de Mateus 10: 5-15. A falta de hospitalidade no sentido espiritual fala justamente do caráter exclusivista. Quando excluímos alguém, por ser estrangeiro, diferente, sem aparência. Estamos agindo como os de Sodoma e Gomorra. Sabemos que Sodoma e Gomorra eram cidades prósperas e abastadas em meio a regiões desérticas e varios outros povos que viviam ao redor. Essas cidades costumavam ao invés de abrigar os extrangeiros, constrangiam-nos e os expulsavam lançando-os no deserto. Isso significava deixa-los morrer de sede, de fome, sem amparo, sem ajuda.
Há como se fazer uma analogia a postura dos sodomitas ao papel de muitos religioso quando desprezam determinadas pessoas pela aparencia, por serem homossexuais, condição econômca, dentre outros. Também expulsar pessoas da igreja, fazendo acepção, é deixa-las no mundo, sem amparo sem ajuda com fome e sede espiritual. Ha que considerar que fazendo isso estamos julgando e vivendo um falso evangelho. Nós não somos donos do evangelho, não somos donos da benção e nem da salvação. Quem é dono de tudo isso é o Senhor. Temos sempre que lembrar disso e não confundir a benignidade e generosidade de Deus que nos é oferecida achando que somos melhores do que alguem.
Dessa forma pergunto quem são os verdadeiros Sodomitas?


Levíticos e Romanos
    
        "Tempos atras eu vi um Pastor na iminência da chegada de uma igreja inclusiva em Vitória, diante de uma grande congregação ler Romanos 1 (20-32) inteirinho para justificar a idéia de que a homoafetividade é pecado. Não sei qual era o receio dele,  e nem qual a circunstância que ele se sentiu ameaçado... mas ele leu com tanto afinco o texto que parecia que só ele tinha acesso a esse texto e que era uma grande novidade o que lia... ele não explicou nada a cerca do texto, simplesmente leu, como se isso fosse suficiente... como se isso demonstrasse que ele era uma pessoa cheia de sabedoria, discernimento e zeloso de Deus."

      Antes de entrarmos no contexto de Levitícos e Romanos, livros que no senso comum aborda a homossexualidade como pecado, é necessário trazer uma compreensão um pouco mais aprofundada do que é um prostituto cultual.

O que é um prostituto cultual?

Os povos cananeus, vizinhos dos hebreus, não possuíam a lei de Moisés; eles idolatravam vários ídolos e deuses. Os cananeus em seus templos ou em campos, celebravam cultos da fertilidade; nestes cultos ocorria a prostituição-cultual, em que as mulheres e os homens representavam deuses e se trajavam como tais, se prostituindo em honra a seus deuses. Prostituição masculina não existia no Oriente Médio a não ser em templos pagãos ou em seus cultos da fertilidade, tal prostituição está totalmente ligada a idolatria. Tanto que a palavra hebraica para “prostituto” que aparece na Bíblia é “qadesh”, que literalmente significa “santo” ou “separado”, “prostituta” em hebraico é “qadeshôth”, significando “separadas”ou “santificadas”; nesse sentido eles eram separados, não para o serviço de Deus, mas sim para o serviço aos deuses pagãos.

Os tradutores tem erroneamente traduzido qadesh como “sodomita”, o que é totalmente absurdo, já que nestas passagens em que aparece o termo qadesh não há nenhuma alusão a Sodoma ou a seus moradores. É terrível ver como a Bíblia tem sido traduzida de qualquer maneira por pessoas que querem apenas induzir a uma opinião pessoal.

Estes qadeshs, sacerdotes “santos” do seu povo, eram chamados de prostitutos pelos judeus. Na verdade a prática de idolatria sempre foi chamada de prostituição nas escrituras; em Êxodo 34.14-16 diz: “Nunca adore nenhum outro deus, porque o SENHOR, cujo nome é Zeloso, é de fato Deus Zeloso. Acautele-se para não fazer acordo com aqueles que já vivem na terra; pois quando eles se prostituírem, seguindo os seus deuses e lhes oferecerem sacrifícios, convidarão você e poderão levá-lo a comer dos seus sacrifícios e a escolher para os seus filhos mulheres dentre as filhas deles. Quando elas se prostituírem, seguindo os seus deuses, poderá levar os seus filhos a se prostituírem também.”

Esse costume nas escrituras de chamar a idolatria de prostituição vem do fato de que o relacionamento de Deus com a nação de Israel é metaforicamente ilustrado como um casamento; também porque o nome “Baal”, uma das principais divindades cananéias, significa “Senhor”, “dono” e “marido”,

veja Oséias 2.2,3,16,17.

2Pleiteai a causa jurídica com a vossa mãe; pleiteai a causa jurídica, porque ela não é minha esposa e eu não sou seu marido. E ela deve afastar de diante de si a sua fornicação e de entre os seus seios os seus atos de adultério,

3para que eu não a dispa e realmente a ponha como no dia em que nasceu, e realmente a torne semelhante a um ermo, e a ponha semelhante a uma terra árida, e a mate de sede.

16E naquele dia terá de acontecer’, é a pronunciação de Jeová, ‘que [me] chamarás de meu esposo, e não mais me chamarás de meu dono’.

17“‘E vou remover de sua boca os nomes das imagens de Baal e não serão mais lembradas pelo seu nome.

Os qadesh eram em maioria eunucos, que se entregavam totalmente ao serviço do templo pagão, sofrendo um ritual de emascuação (castração) para se entregarem inteiramente aos seus deuses da fertilidade. É bom lembrar também que havia um tipo de eunucos que não eram prostitutos, estes eram homens castrados que viviam em palácios cuidando dos haréns ou se dedicando ao estudo e à sabedoria.

A lei mosaica proibia que entre os israelitas houvesse qadesh. Há uma passagem que fala também de eunucos em Deuteronômio 23.1, o comentário da Bíblia Vida Nova sobre esta passagem diz:Emasculação é a mutilação do membro viril. Era uma prática pagã. Nas antigas religiões pagãs, os eunucos eram sacerdotes dos templos.”

Em Deuteronômio 23. 17,18 está a proibição aos israelitas de se tornarem prostitutos e prostitutas cultuais: Nenhum israelita, homem ou mulher, poderá tornar-se prostituto cultual. Não tragam ao santuário do Senhor, o seu Deus, os ganhos de uma prostituta ou de um prostituto, a fim de pagar algum voto, pois o SENHOR, o seu Deus, por ambos tem repugnância.” (ESSE DEVE SER O REAL CENTRO DA DISCUSSÃO)

Algumas Bíblias erradamente traduziram também nestes versículos a palavra qadesh por sodomita. Em Deuteronômio 23. 18 a palavra qadesh nem mesmo aparece, mas sim a palavra “cão”, que alguns estudiosos acreditam que é uma forma depreciativa de se referir a homens que se prostituíam.



ANALOGIA:

"E estes cães (prostituição) são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte." (Isaías 56 : 11)



Texto de Romanos 1 que costumeiramente se usa para se legitimar a homossexualidade como pecado.


ROMANOS 1 (20-32) – Tradução do Novo mundo das escrituras sagradas de 1961  mediante consulta constate ao antigo texto hebraico, aramaico e grego.

20Pois o furor de Deus está sendo revelado desde o céu contra toda a impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade de modo injusto,

19porque aquilo que se pode saber sobre Deus é manifesto entre eles, porque Deus lho manifestou.

20Pois as suas [qualidades] invisíveis são claramente vistas desde a criação do mundo em diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas, mesmo seu sempiterno poder e Divindade, de modo que eles são inescusáveis;

21porque, embora conhecessem a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe agradeceram, mas tornaram-se inanes nos seus raciocínios e o seu coração ininteligente ficou obscurecido.

 22Embora asseverassem ser sábios, tornaram-se tolos

23e transformaram a glória do Deus incorruptível em algo semelhante à imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de bichos rastejantes.

24Portanto Deus, em harmonia com os desejos dos seus corações, entregou-os à impureza, para que os seus corpos fossem desonrados entre si,

 25estes, os que trocaram a verdade de Deus pela mentira, e veneraram e prestaram serviço sagrado antes à criação do que Àquele que criou, que é bendito para sempre. Amém.

26É por isso que Deus os entregou a ignominiosos apetites sexuais, pois tanto as suas fêmeas trocaram o uso natural de si mesmas por outro contrário à natureza;

27e, igualmente, até os varões abandonaram o uso natural da fêmea e ficaram violentamente inflamados na sua concupiscência de uns para com os outros, machos com machos, praticando o que é obsceno e recebendo em si mesmos a plena recompensa, que se devia ao seu erro.

28E assim como não aprovaram reter Deus com um conhecimento exato, Deus entregou-os a um estado mental reprovado, para fazerem as coisas que não são próprias,

29já que estavam cheios de toda a injustiça, iniqüidade, cobiça, maldade, cheios de inveja, assassínio, rixa, fraude, disposição maldosa, sendo cochichadores, 30maldizentes, odiadores de Deus, insolentes, soberbos, pretensiosos, inventores de coisas prejudiciais, desobedientes aos pais,

31sem entendimento, pérfidos nos acordos, sem afeição natural, desapiedados.

32Embora estes conhecessem muito bem o decreto justo de Deus, de que os que praticam tais coisas merecem a morte, não somente persistem em fazê-las, mas também consentem com os que as praticam.



É necessário compreender que na época em que Paulo escreve aos Romanos, a igreja daquela época não tinha acesso as escrituras como nós temos hoje. Era complicado para um Romano entender o cristianismo dissociado de uma serie de costumes que a sua sociedade estava acostumada e saber discernir muitas vezes o que é certo e errado. O objetivo de Paulo foi então encaminhar os romanos aos princípios da fé em Cristo Jesus e mostrar com clareza os valores pertinentes a nova fé. É claro que a carta de Paulo aos Romanos acabou servindo para qualquer outra sociedade, como outras cartas, mas deve ser bem compreendida e discernida histórica e culturalmente. Porque aquilo que os Romanos ouviram de Paulo era bem compreendido por eles, mas para nós precisa ser mais embasado.

Convenhamos que Romanos 1 não expõe a situação somente de praticas homossexuais. Expõe a condição de todo homem vivente. Que, naturalmente, é idólatra, soberbo, deturpador da vontade e do saber divino. De toda sociedade existente e explicita algumas relações sexuais, dentre elas, homossexuais, não naturais.

A contenda com Deus, em Romanos 1 abre a partir da idolatria e da mentira. É fácil compreender isso. E continua definindo vários pecados que o homem construiu na sua insistência em negar a Deus e viver como deus de si mesmo e, mesmo conhecendo a Deus continuando a negá-lo em prol da própria soberba e sabedoria humana. Fazendo ainda pior, adorando animais, homens, deuses e, assim, denegrindo a imagem de Deus a esses seres criados. A insistencia nesses pecados trouxe consequencias graves a uma sociedade como um tôdo, (recebendo em si a plena recompensa...), tanto para os Romanos quanto para os povos que a eles eram obrigados a se submeter.

            A leitura de Romanos 1 por muitos centralizando na generalização do pecado homossexual acaba por desviar o propósito daquilo que a palavra verdadeiramente nesse contexto esta querendo dizer. Mas para se entender isso é necessário compreender um pouco da historia de Roma.

            Roma era um mundo cosmopolita, envolvido por varias culturas e, também, por varias religiões. Toda uma gama de culturas e rituais construídos historicamente na Antiguidade estavam ali entranhado. Roma era uma sociedade aberta que aceitava todo tipo de religião. Há autores da área de historia que não conseguem compreender inclusive o porquê da perseguição aos cristãos justamente por causa disso. Por isso é bem certo a idéia de que as perseguições aos Cristãos se deram única e exclusivamente por motivos políticos. Mas foi nesse império contraditoriamente que o cristianismo encontrou terreno fértil para crescer. E, preocupado com os Cristãos, em particular, de Roma, que Paulo escreveu essa carta.

            Assim, a sociedade romana, estava acostumada com uma serie de costumes que para eles era natural: prostituição, fornicação, homossexualismo tudo isso aliada a rituais de adoração aos inúmeros deuses. Como no Egito, a adoração aos deuses eram feitas, também, através da sexualidade e prostituição. E não somente isso, tudo feito de maneira bem leviana, com o uso até de atos sexuais com animais. Muitas pessoas eram obrigadas a se prostituir para agradar a sociedade e aos seus deuses. Era comum as pessoas, para serem bem vistas na sociedade, serem obrigadas a terem relações sexuais com quem queriam e, na maioria das vezes, com quem não queriam. Sejam relações homossexuais ou heterossexuais e assim, acabavam por se desviar de sua conduta natural. Eis aqui o termo chave: conduta natural. Que pode ser a pratica contra uma natureza pessoal. O heterossexual ou o homossexual eram obrigados a ter relações não naturais. E não só isso, relações sem amor, sem afetividade. Seria natural um homossexual se relacionar com alguém heterossexual? Negar sua identidade? Para satisfazer quem? A mentira dos homens? Seria natural uma relação sem pureza e amor, como existia em Roma e como existe hoje. Uma relação desprovida de amor, sem Deus é natural? Paulo se preocupava, com uma relação sem Deus. Porque o termo natureza para Paulo não era compreendido como para nós hoje. Natureza pra Paulo tem uma relação direta com a noção de natureza que filosofia produziu, base do conhecimento de seu mundo. Mas, para nós o termo natureza tem uma ligação com a ciencia, portanto não conseguimos dissociar da natureza física. Na época de Paulo não existia ciência. Assim, a natureza, segundo a filosofia buscava compreeder um relação mais voltada para a concepção ética, ou seja, o que é natural ou ético nas relações humanas. Paulo, se inspirando no conceito de natureza que a filosofia buscava, vai definir um novo conceito de natureza, que pra ele é perfeita: a “NATUREZA DE CRISTO”. Ele vai dizer a natureza de Cristo é o que a filosofia busca compreender e não encontra. A natureza baseada no amor, que é perfeito, no amor de Cristo. Assim, para Paulo, tudo que não é natural, é algo que não é ético, não é de Cristo.

            Então, os versículos de Romanos 1, falam de uma postura sexual, também, homossexual aliada a idolatria, a depredação e desvalorização humana. Um sexo sem amor, carnal, sem aliança, promíscuo, sem compromisso, e em especial, arbitrário feito inclusive com animais, onde se legitimava a desvalorização da mulher em detrimento do homem e do escravo explorado sexualmente, obrigado a fazer coisas que não queria, do costume de se violentar inimigos de guerras, para se mostrar superioridade, de um desequilíbrio sexual aliado a valores que os cultos idólatras produziram. De “práticas”, ou seja, algo não feito de maneira expontanea, não naturais, mas conpulsória, definido pela cultura e costume.

Assim, Romanos 1 fala de um lamento de Deus acerca disso. É preciso, então,  compreender o histórico romano para se entender o que se quer dizer. Porque seu contexto condena principalmente a mentira, a idolatria e os vícios que delas resultaram e como consequencia o Senhor permitiu que lhes viessem todas essas situações depreciativas que só produzem insatisfações, tristezas, angústias e todo o tipo de maldade que os ultimos versiculos 28 a 32 falam.


28 - E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;

29 - Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;

30 - Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;

31 - Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;

32 - Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

Podemos então compreender que esses ultimos versiculos do capítulo não são definições unicamente para tais atos homossexuais mas para a sociedade romana como um tôdo, cheia de perversidade e maldade, consequencia do distanciamento de Deus.

Assim, o cuidado de interpretar erroneamente Romanos 1, é deviar seu próposito real, porque compreender fielmente o contexto é trazê-lo como lição pra nós hoje, e o contrário é legitimar esse mundo devasso e perverso que vemos ae fora, idólatra, de homens idólatras e amantes de si mesmos, que insiste em se distanciar de Deus.

            O entendimento de Romanos 1 errado e afastado do seu verdadeiro propósito tem produzido conclusões extremamente equivocadas a respeito do capitulo e sua relação com o homossexualismo produzindo mentiras e generalizações graves a partir do seu entendimento leigos, Alem daqueles que querem justificar seus preconceitos e intolerâncias, definindo um capítulo inteiro nos versículos 18 ao 32. Justificando o preconceito aos homossexuais.


            Os versículos 28 ao 32 de Romanos 1 falam daquilo que pode acontecer com todos nós. Fala o que todos nos somos como humanidade. E dos frutos que podem colher aqueles que insistem em se afastar de Deus: sejam homossexuais ou heterossexuais. Bem eu conheço vários homossexuais que não tem as qualidades acima, mas conheço vários heterossexuais.

            O objetivo de Romanos 1, 18-22 é mostrar Roma com um todo e podemos fazer uma analogia ao mundo e a sua própria condição: afastada de Deus, exposta ao pecado e a maldade que ela mesma construiu afastando-se de Deus. Tanto que depois, no capitulo 3,  9-31 o livro ira explorar o fato de que todos estamos debaixo do pecado, todos, sem exclusão. E, depois, em Romanos 3, 21-31, o livro ira explorar a solução que Deus providenciou para nós: a salvação em Cristo Jesus.


É necessario, ainda, resgatar na traduçao abaixo citada em destaque que fiz propositalmente em negrito no versiculo 25 de Romanos 1:


25 - estes, os que trocaram a verdade de Deus pela mentira, e veneraram e prestaram "serviço sagrado" antes à criação do que Àquele que criou, que é bendito para sempre. Amém.

Versão: Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas



            Nessa tradução se percebe pefeitamente que Paulo esta falando de praticas ritualisticas de idolatria. É incrível como as outras versões biblicas omitem isso. A impressão que se tem é que outros tradutores fazem isso conscientemente. Em mateus 4: 10 diz:


10 Jesus disse-lhe então: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’


            Assim, a expressão prestar serviço sagrado é basica para se compreender Romanos 1. E isso demonstra o quanto uma tradução biblica tendenciosa e mal feita impede o entendimento biblico pela capacidade de se fazer relações remetendo a concepções deturpadas e alienantes. Estudar a palavra e fazer relações entre as varias traduções e, em especial, buscar a Deus, é a melhor forma de se compreender a verdade das escrituras.

          Portanto, nem se a homoafetividade fosse pecado realmente Romanos 1 poderia ser compreendido centralizado no pecado homossexual. Mas é o que fazem constantemente.


            Mas veja como a tradução de João Ferreira de almeida omite partes do versículo propositalmente:


25 -  Pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a criatura antes que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.

     Versão: "João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida"



            Omitindo, a Traduçao Revista e Corrigida de João Ferreira de Almeida impede uma mais profunda compreensão do texto e a capacidade de se fazer relações. São vários os exemplos de omissões dessa versão da tradução bíblica.
                



LEVÍTICOS 18:22



A Bíblia tem que ser vivida e discernida em Espírito, e a nossa condição humana é se manter acomodado e conformado mesmo frente a situações que nos trazem tristezas durante a vida, porque é bem mais dificil lutar contra as adversidades.

E se Deus não se levantar para mudar o rumo das coisas seria bem dificil compreender que a biblia nao condena a homoafetividade. Portanto se eu me volto a questão para buscar compreende-la a luz da Palavra, é, em especial, porque Deus tem me ajudado a discernir a partir da sua revelação. E se a homoafetividade é uma natureza é uma criação de Deus e se é criação d’Ele, Ele vai honrar, queira o homem ou não queira, porque ninguem pode lutar contra a verdade.

A sexualidade é algo muito valorizado por Deus por ser reflexo do amor d’Ele. Mas o homem insiste em definir praticas (tanto homo como heteros) conforme o que considera que é certo (sem Deus), ou conforme suas paixões, por isso Jesus disse: o que Deus ajuntou, não o separe o homem. Isso mostra que nem toda relaçao foi Deus quem uniu e que há relaçoes que Deus quer unir e o homem quer impedir.

Leviticos 18:22 também fala da condenação de um sexo sem amor e feito em praticas ritualísticas em adoraçao a divindades (no caso exemplifica o culto a moloque), ou seja, de adoraçao a demonios, porque satanás sempre quis tomar lugar de Deus e inclusive de querer se apropriar da sexualidade humana.

A partir da nossa vivencia  com Deus podemos compreender que o sexo foi criado por Deus como uma forma de adoraçao a Ele; mas ao mesmo tempo tem sido banalizado por Satanás. Leviticos, assim, é uma construção anterior e que inspirou Romanos 1. Porque fala de um costume gentílico de muitos anos anterior a Roma, mas muito comum e natural tambem na sua época. Tempo esse em que os hebreus estavam bem familiarizados com esses costumes; Para nós, que somos de outra cultura pode ser considerado apenas como uma forma de se condenar atos homossexuais, mas biblicamente é uma forma de banalizaçao da sexualidade, e de praticas onde não há somente presença de relaçoes de pessoas de natureza homossexuais, mas de maioria heterossexuais com comportamento sexual homossexual. Paulo vai falar isso novamente em Romanos 1 e em Coríntios também, quando se usa a palavra "pratica", e, assim, se fala não de coisas feitas de maneira expontânea, mas de maneira obrigatória fruto da cultura e dos costumes.


" E não te deves deitar com um macho assim como se deita com uma mulher, é algo detestável.  Lev 18:22


Pra se compreender que o texto de Levíticos 18:22 também tem um cunho idólátrico ritualistico é importante considerar que o texto é uma continuação do versículo 21 do mesmo capítulo, quando seu contexto esta inscrito em meio as proibições do culto a Moloque, ou seja, o que Deus estava falando era de costumes de rituais de prostituição a essa divindade. Somente para a partir desse entendimento do capítulo é que podermos tirar dele a verdadeira lição e proveito.

21“‘E não deves permitir que alguém da tua descendência seja devotado a Moloque. Não deves profanar assim o nome de teu Deus. Eu sou Jeová.
22“‘E não te deves deitar com um macho assim como te deitas com uma mulher. É algo detestável.

Levíticos 18:21-22


Interpretar simplesmente Levíticos 18:22 sem fazer uma analise do texto como um tôdo, como qualquer outro texto biblico distancia do seu verdadeiro propósito. E fazer um paralelo com Romanos 1 e  1 Corintios 6 (9-10) fazendo uma abordagem histórico-crítica, torna-o bem mais significativo.


I Coríntios 6.9 & I Timóteo 1.10


                  Em 1 CORINTIOS 6:10, as “varias versões” abordam o versículo da seguinte forma:

Algumas unânimes usando o termo efeminados.

VERSÃO: "Almeida Corrigida e Revisada Fiel"

10 Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.


VERSÃO: "Sociedade Bíblica Britânica":

9  Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,

10 nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.


VERSÃO: "Almeida Revista Imprensa Bíblica":

9  Acaso não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis; nem fornicários, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados,

10 nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbedos, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.

VERSÃO:  "Católica":

9 Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos,


10 nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.


             A tradução do novo mundo já definiu um termo que tem uma analogia forte com o termo de Levíticos 18:22 e Romanos 1, resgatando a ideia de prostituição cultual e perversão sexual entre homens.


             VERSÃO: "Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas":
9 O quê! Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não sejais desencaminhados. Nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, nem homens mantidos para propósitos desnaturais, nem homens que se deitam com homens,
10 nem ladrões, nem gananciosos, nem beberrões, nem injuriadores, nem extorsores herdarão o reino de Deus.

            Já a NVI, dentre outras, exagerou quando definiu uma palavra que no tempo de Paulo sequer existia... usar o termo "homossexual" seria como usar o termo "computador" que é um termo ultra-atual para os homens do período. Percebe-se que não existe sequer um termo que defina homossexual na biblia.

VERSÃO: "Nova Versão Internacional"

9 Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos,

10 nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus


            Dentre outras podemos destacar:
• Rei James: “nem afeminados nem abusadores de si mesmos com a humanidade”;
• Nova Rei James: “nem homossexuais, nem sodomitas”;
• Bíblia de Jerusalém: “nem os depravados, nem as pessoas de costumes infames”;
• Revisada Padrão (apenas uma palavra): “homossexuais”;
• Nova Internacional: “prostitutos masculinos; nem ofensores homossexuais;
• Contemporânea Inglesa: ”nem o que comporta-se como um homossexual”;
• Novo Testamento Inclusivo: “prostitutas e pederastas”;
• Oxford Comentada: “prostitutos masculinos, sodomitas”;
•  Editora Ave Maria: “nem os efeminados, nem os devassos”;
• Sociedade Bíblica do Brasil (Edição 1969): “nem efeminados, nem sodomitas”;
• Sociedades Bíblicas Unidas: “nem adúlteros, nem efeminados (sic)”;
• Tradução Ecumênica da Bíblia: “nem os efeminados, nem os pederastas”;
• Reina Valera: “nem os efeminados, nem os que deitam com homens”.


           Há, na verdade, uma grande variedade de traduções. Sendo que quanto mais atual, mais o termo se torna mal intencionado e adaptado. Muitas versões da Bíblia e seus tradutores fizeram o favor de tornar a leitura da palavra de Deus uma tarefa desanimadora em vista do português arcaico e linguagem pesada, cheia de termos nunca usados na conversa cotidiana. Assim, traduziram textos de maneira tendenciosa, adaptando a linguagem atual, em vista de uma linguagem de anos passados. Isso resultou em vários equívocos e perpetuação de doutrinas que são humanas. E a dificuldade de se fazer relações, algo imprescindível no entendimento bíblico.


            Alguns especialistas em linguística têm examinado certas Bíblias modernas em busca de exemplos de tradução inexata e tendenciosa. Um desses eruditos é Jason David BeDuhn, professor-associado de estudos religiosos da Universidade do Norte do Arizona, EUA. Em 2003, ele publicou um estudo de 200 páginas sobre nove das “Bíblias mais usadas nos países de língua inglesa”. Seu estudo examinou vários trechos polêmicos, pois é onde “a tradução tem maior probabilidade de ser tendenciosa”.

           Vamos tratar, assim, dos textos usados no Novo Testamento para condenar os homossexuais; os textos não serão versados na ordem em que aparecem porque alguns necessitam de uma abordagem mais ampla.


I Coríntios 6.9 & I Timóteo 1.10

            Estes textos supostamente colocam a homossexualidade em listas de pecados ou catálogos de vícios. Os dois termos gregos usados para se referir a homossexualidade são: "arsenokoites e malakos".
Arsenokoites- ocorre apenas nas duas passagens (I Co. 6.9; I Tm. 1.10) é um termo formado de duas palavras gregas: arsen que significa “macho, homem, varão” e koites que significa “deitar” ou “camas” da qual vem a palavra “coito” que se refere ao ato sexual. A união destes dois termos passa a ideia de um homem que prática muito sexo, um homem luxurioso, um “homem de cama”. A palavra seria então bem traduzida por “promíscuo, devasso ou luxurioso”, logo a escritura está repreendendo não só os homossexuais que se comportem de forma devassa mas também os héteros. Não está condenando qualquer tipo de relação sexual, mas sim o sexo promíscuo, sem compromisso, sem Deus.

A Bíblia anotada New Oxford diz em um de seus comentários: autoridades judaicas contemporâneas de Paulo criticavam uma variedade de comportamentos sexuais comuns no mundo pagão. Apesar de que hoje se emprega essa expressão largamente como uma referência à homossexualidade, a linguagem que se refere às praticas contrárias à natureza era mais usada nos dias de Paulo, não para denotar a orientação da atração sexual, mas a tolerância e prazer exagerados, sem medidas (lascívia), que cria-se enfraquecesse o corpo.

Porém alguns tradutores maldosamente tem traduzido esta palavra por “homossexual” quando o grego não nos passa esta idéia.

O Léxico conciso de Barclay M. Newman, Jr. Traduz arsenokoites como “ male sexual pervert” que quer dizer “homem sexualmente pervertido”1

A única Bíblia que em português traduz bem a palavra é a tradução católica da Bíblia dos monges de Maredsous, uma ediçao antiga da Bíblia Ave Maria, ela traz “devassos” em I coríntios 6.9 e “infames” em I Timóteo 1.10. Já a edição mais nova dessa tradução mudou completamente o sentido da palavra para efeminado.

Já a Bíblia na Linguagem de Hoje traduziu como “pervertidos sexuais” em I Tm. 1.10, porém, comete o exagero de traduzir a mesma palavra por “homossexuais” em I Coríntios. 6:9


Alguns escritores sugerem que o termo arsenokoites deve se traduzir por homossexual porque nos textos de Levítico em que proibia a união de homens (Lv. 18.22; 20.13) aparecem as palavras “arsenes” (macho) e “koites” (deitar) na septuaginta (versão grega do antigo testamento). Porém este argumento não se sustenta pois as mesmas palavras também aparecem em versículos que falam de relações heterossexuais, o que nos mostra que o significado é de alguém (homem ou mulher) se deitar com alguém. Veja por exemplo Nm. 31.17,18; Jz. 21. 11,12. Na septuaginta a junção de arsenes e koites é usada para se referir às moças virgens, que não “deitaram com homem”.

A igreja medieval interpretava a palavra arsenokoites como se referindo a pessoas de fraca moral, com o tempo acabou se referindo à masturbação. Somente traduções muito recentes, da metado do seculo passado pra cá é que decidiram colocar a palavra “homossexual”. Notei também que o dicionário Strongs usa: um sodomita: abusador (que perverte) a si mesmo com a humanidade. Derivado de arsen = macho, homem, e kemai = mentir de forma contumaz. Embora a tradução que apresentei se mostre mais segura.

Malakos: aparece apenas 3 vezes no Novo Testamento, o significado literal da palavra é “macio, mole, delicado ou fino”. Jesus usou a palavra para se referir a roupas “finas” (Mt. 11.8; Lc. 7.25). Porém quando se referir a pessoas (apenas em I Co. 6.9) significa “efeminado”. no Dicionário Strongs de Grego do Novo Testamento (Strongs Greek Dictionary of The New Testament) lemos como segue: malakos = macio (isto é, roupas finas); figurativamente, um afeminado, alguns dicionários gregos definem-na como significando moralmente fraco. Martinho Lutero traduziu-a como fraco (em corpo, mente ou caráter). Inconstante?

Uma grande, e hoje crescente, parte dos estudiosos tem questionado essa interpretação, mostrando que a palavra malakoi, mesmo quando traduzida como "efeminado" jamais pode ser entendida como uma referência a homossexuais. Mostram que tal tradução é ambígua uma vez que "efeminado" filologicamente sempre significou também "mulherengo", e é esse o sentido que a palavra original tinha nos tempos de Paulo - o que, de fato, é coerente com outras passagens bíblicas que condenam os promíscuos e devassos, como Apocalipse 21:8 e 22:15. Tais críticos lembram também que a palavra "efeminado" só adquiriu conotação de "homossexual" na Modernidade, de modo que inserir essa tradução nos escritos de Paulo seria um gritante anacronismo e algo profundamente descabido. No intuito de comprovar tal entendimento, acrescentam que nunca, em nenhum texto, em nenhum época sequer a palavra malakoi significou "homossexual" ou conceito semelhante, e desafiam a quem possa mostrar o contrário.

Na sociedade de hoje existe também grande rejeição a esse estilo de vida assim como na Grécia antiga em que homossexualidade era uma coisa comum mas que os homossexuais efeminados eram também desvalorizados.


Tom Horner, em seu livro Jônatas amou Davi (Jonathan Loved David), identifica efeminados como: "... os homens extremamente efeminados que transformaram a homossexualidade em uma profissão. Estes eram os efeminados – os prostitutos homossexuais da Grécia antiga, os assim chamados ‘cães sagrados’ dos santuários canaanitas, e os eunucos seguidores da deusa Cibele... Em algumas sociedades, tais como aquelas da antiga Frigia, os efeminados foram olhados com honra e respeito; mas na sociedade hebraica, em todos os períodos que conhecemos, não o eram".

Horner continua: "Na Grécia clássica, também, homens efeminados geralmente eram menosprezados. Por que? Porque representavam o oposto exato do tipo heróico ou nobre de amor que era muito admirado da época do Hércules legendário, que era ligado eroticamente a dois homens (e numerosas mulheres) do imperador Adriano. Este modelo heróico foi idealizado como o mais nobre – e em alguns casos, romântico – tipo de amor. Em O Banquete, de Platão, é elogiado como a máxima expressão do amor físico. E, pelo contrário, sair com um efeminado era algo ordinário. Todo homem poderia fazê-lo; e em algumas sociedades quase todo homem o fez uma vez ou outra.

Além disso, como o patriarcado aumentou seu domínio nas sociedades mediterrâneas orientais, o homem em que faltavam traços viris, como a fêmea a quem ele tão proximamente se assemelhou, foi mais e mais estigmatizado". (Páginas 22, 23).

Rev. Robert Arthur, em seu livro Homossexualidade à Luz da Linguagem e Cultura Bíblicas (Homosexuality in the Light of Biblical Language and Culture), falando de cultos pagãos, escreve: Era extremamente comum, portanto, encontrar deuses e deusas que recebiam presentes de apreciação e de adoração de seus adeptos sob a forma de atos sexuais. Para facilitar o oferecimento de tais presentes, homens e mulheres eram ligados (a templos) para receber estes presentes e tornaram-se conhecidos como prostitutos do templo (tanto homossexuais como heterossexuais). (...) A adoração da fertilidade deste tipo e expressões similares continuaram por pelo menos nos primeiros 100 anos da era cristã, em lugares tais como o templo de Diana em Éfeso.

Na língua grega a palavra usada para os prostitutos do templo nestes lugares da adoração pagã era arsenokoites. Não foi antes de por volta de 200-250 da era cristã que uma homofobia marcante (...) começou a rastejar na Teologia. Por esta época, a adoração cultual do sexo começou a morrer e a palavra usada por Paulo para descrever os prostitutos do templo estava começando a tornar-se obsoleta. É importante observar que ao tempo de Cristo a palavra de uso comum que significava ´homossexualidade era homophilia.. Esta palavra foi usada na língua grega até bem depois da época da morte de Paulo. Mas esta palavra nunca foi usada nas Escrituras, se Paulo queria condenar os homossexuais poderia ter utilizado esta palavra, mas não o fez.

Padre John McNeill, sacerdote jesuíta, em seu trabalho A igreja e o Homossexual (The Church and the Homosexual), escreve que o uso da palavra, no segundo século, na Apologia de Aristides, parece indicar que significa um corruptor obsessivo de meninos. Do mesmo modo, o professor Robin Scroggs do Seminário Teológico de Chicago, em seu livro, Novo Testamento e Homossexualidade (New Testament and Homosexuality), posiciona-se que ambas as palavras – malekos e arsenokoites – referem-se aos parceiros ativos e passivos na prática grega da pederastia, a qual não deve de modo algum ser confundida com homossexualidade. Pederastia é a molestação de crianças, pura e simplesmente. Um relacionamento ‘pederástico’ existe entre um amante (geralmente um homem maduro), e o amado, um garoto jovem o bastante para ainda ser imberbe. O amante era sempre o parceiro ativo; o amado era solicitado a ser passivo. Nem todo relacionamento era sexual em sua natureza, mas quase todos o eram. O amado não devia ser sexualmente satisfeito – o que era prerrogativa exclusiva do amante apenas. Quando o amado tornava-se velho o bastante para ter barba e por outro lado tornar-se mais viril, era trocado por uma pessoa mais nova. A razão para isto era porque o ideal era um menino que se assemelhasse a uma mulher. Os meninos deveriam depilar os pelos faciais, deixar seu cabelo crescer – alguns até usavam maquiagem. O professor Scroggs sustenta que este menino era o malekos, e o adulto, o arsenokoites, referidos nesta passagem da escritura sagrada.

Enquanto que a pederastia parece ser homossexual por natureza, a realidade é que as pessoas engajadas nessa atividade eram, para a maioria das pessoas, heterossexuais. A pederastia era considerada apropriada ao treinamento de um menino para a masculinidade. O relacionamento não era permanente, durando somente o tempo em que o garoto mantinha sua aparência jovem. Não havia nenhuma mutualidade – nenhuma satisfação ou prazer mútuo, e o garoto era desumanizado – usado pelo amante como uma coisa, não como uma pessoa para amar e estimar. Por outro lado, o amado recebia regularmente presentes do amante. O amado, por sua vez, frequentemente tornava-se o amado de diversos amantes – todos os mais lucrativos para ele – tornando-se, finalmente, um prostituto masculino, por tanto tempo quanto sua beleza resistisse.

Pederastia, ainda que culturalmente aceita, era moralmente errada em muitos aspectos, como demonstrado acima. Não pode de maneira alguma ser interpretada como uma descrição da natureza homossexual, que é o amor emocional, espiritual, romântico, e, sim, sexual, entre parceiros mútuos do mesmo gênero em um relacionamento digno e respeitável.

           A Nova Bíblia Comentada de Oxford, publicada em 2001 e considerada um dos comentários mais autorizados de todas as bíblias, oferece a seguinte nota de rodapé para os versículos destacados:

            Os termos gregos traduzidos como prostitutos masculinos e sodomitas não se referem aos "homossexuais", como em inapropriadas traduções mais velhas; "masturbador" e prostitutos masculinos podem ser uma melhor tradução

1 A Concise Greek-English dictionary of the New Testament, Barclay M. Newman Jr. United Bible Societies, London, pg. 25



Exemplos de relacionamentos Homoafetivos na Bíblia??        



            A maioria dos religiosos ao inves de buscarem compreender se há na Biblia relatos de relaçoes homoafetivas preferem a premissa de condenar tais atos. Mas refazendo uma leitura biblica em conexão com estruturas culturais e historica podemos fazer uma nova refexão acerca disso.
            O exemplo mais claro disso é o amor entre Jônatas e Davi. Em diversas passagens o Primeiro Livro de Samuel sugere um profundo relacionamento emocional entre estes dois heróis bíblicos.
            Por exemplo, em Samuel 18:1-4 é narrada uma notável demonstração de afeição por parte do príncipe, Jônatas, para com o menino pastor ruivo e bonito. Davi, recém-chegado à corte:
1          “A alma de Jônatas ligou-se com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma... Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como à sua própria vida... E Jônatas se despojou da capa que vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu arco e o seu cinto.”
            A raiva do rei Saul expressa contra Jônatas em 1 Samuel 20:30 também é reveladora: “Filho de prostituta, disse-lhe, não sei eu porventura que és amigo do filho de Isaí (isto é, Daví) o que é uma vergonha para ti e pra tua mãe?

           Saul insulta Jônatas de duas maneiras. Primeiro, ao acusar sua mae de ser “prostituta”, o ultrajado e enraivecido Saul chama seu próprio filho de bastardo. E, em segundo lugar, ridiculariza o relacionamento entre ele e Davi. A versão em hebraico deste versículo é ambígua e, segundo a tradução grega do Septuaginta, também poderia siginificar “Então não sei que voce é um companheiro íntimo do filho de Isaí?” Mas podemos considerar que as palavras “vergonha” e “nudez” são formas bíblicas comuns de se referir a sexo, seguramente a insinuação aqui é de carater sexual.


Na versão biblica Tradução do Novo Mundo diz:


"30Então se acendeu a ira de Saul contra Jonatã e ele lhe disse: “Filho duma moça rebelde, não sei muito bem que escolhes o filho de Jessé para a tua própria vergonha e para a vergonha das partes pudendas de tua mãe? 31Pois, todos os dias que o filho de Jessé estiver vivo sobre o solo, tu e teu reinado não ficarão firmemente estabelecidos. Agora, pois, manda trazê-lo a mim, porque está destinado à morte.”


            Veja a relação direta que Saul faz da relaçao intima de Jonatas com Davi em analogia as partes íntimas de sua mãe, compreendendo a idéia de uma relação sexual a qual ele esta demonstrando desprezo. Um assunto que facilmente deve ter chegado ao ouvido do rei. Assim, em termos modernos, o insulto de Saul é chamar seu filho de bicha. O que esta em jogo em toda intriga, é claro, a rivalidade na competição pelo trono de Israel e não o fato de haver ali uma relação homoafetiva.


            Além disso, ao se separarem Jônatas e Davi demononstram grande tristeza:


            ... Quanto a Davi, levantou-se dum lugar próximo, ao sul. Lançou-se então com o seu rosto por terra e curvou-se três vezes; e começaram a beijar-se um ao outro e a chorar um pelo outro, até que Davi o tinha feito muito mais. 42E Jonatã foi dizer a Davi: “Vai em paz, visto que ambos juramos em nome de Jeová, dizendo: Mostre o próprio Jeová estar entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência, por tempo indefinido.’”(1 Samuel (20: 41-43)
            Finalmente, quando Jônatas morre, Davi conclui seu lamento com uma intensidade crescente: “Estou aflito por ti, meu irmão Jonatã, tu me eras muito agradável, Teu amor a mim era mais maravilhoso do que o amor das mulheres.” (2 Samuel 20:41-43)
            Não há argumento para se compreender que o relacionamento entre Jônatas e Davi era somente amizade ate porque a história de amor entre eles se encaixa no modelo dos nobres amantes militares, comuns em todas as sociedades do antigo Oriente Médio, onde fica Israel. Os relacionamentos sexuais entre homens eram tidos como tão comuns que não atraiam atenção especial. Além disso, até mesmo os ocidentais modernos devem perceber que há algo mais do que simples amizade na historia de Jônatas e Davi. Uma relaçao afetiva assim, diga-se de passagem, hoje, causaria tamanho escândalo em algumas instituições.
            Outro caso é a historia de Rute e Naomi. O Livro de Rute relata o compromisso bastante singular entre a mulher judia Naomi e suanora moabita Rute. Depois da morte de seu marido, em contraste com os costumes da época e diferentemente de sua cunhada, a viúva Rute permanece com Naomi. Rute declara a Naomi: “Aonde fores, eu irei; aonde habitares, eu habitarei. O teu povo é o meu povo, e o teu Deus meu Deus. Na terra em que morreres, quero também eu morrer e ser sepultada” (Rute 1:16-17). Esta passagem é frequentemente lida nos casamentos hetereossexuais de hoje. Poucas pessoas percebem que esta declaração foi feita por uma mulher e dirigida a outra mulher.
            A primeira vista pode-se não considerar uma relação íntima entre essas dusas mulheres, mas podemos também não desconsiderar.  Uma vez que sabemos muito pouco sobre o mundo feminino na Antiguidade em geral, e são poucas as evidencias disponiveis sobre Rute e Naomi em particular, é impossível afirmar se elas tiveram relacionamento sexual ou não. Mas é bem certo que na Antiguidade as mulheres tinham seu mundo próprio, segregado do mundo masculino, e apesar de estarem sob dominaçao dos homens, é lógico supor que elas encontrassem apoio e afeição umas nas outras.
            Outra questão a ser destacada vem da noção e do significado de “eunuco”. Há no senso comum a ideia de que o eunuco esta sempre ligado a uma pessoa do sexo masculino que passou pela cirurgia de castração na infancia. Isso não é errado, mas devemos compreender que nem todo eunuco foi castrado. Muitas vezes eunucos eram homens que não tinham aptidão sexual por mulheres. Isso é uma coisa muito óbvia. O próprio Senhor Jesus disse isto: ... há eunucos que nasceram eunucos do ventre de sua mãe... ou seja, homens de natureza homossexuais também eram chamados de eunucos.
              Daniel, no Velho Testamento, quando Nabucodonosor reinava determinou ao chefe dos seus eunucos que se trouxesse jovens dentre a linhagem nobre dos filhos de Israel,  em que não houvessem defeito algum (não castrados). Daniel estava dentre eles. Em Daniel 1:9 diz: “Este, graças a Deus, tomado de benevolencia para com Daniel, atendeu-o de boa vontade.” Este texto poderia tambem ser traduzido de maneira a dizer que Daniel foi objeto de amor devotado. Há assim, uma seria especulaçao que Daniel e o mestre do palacio eram amantes. Eram ou não? Pode-se até dizer que não, mas se vivessemos numa sociedade que compreendesse a homoafetividade de maneira natural não haveria importancia alguma se compreender que sim, tanto no que concerne a relaçao entre Rute e Naomi quanto a Daniel e seu chefe.
            Há ate provas de que Jesus deparou-se com um relacionamento homossexual durante seu ministerio. Tanto em Mateus 8:5-13, quanto em Lucas 7:1-10, narra-se a cura realizada por Jesus no servo do centurião.
            “ ...o centuriao utiliza duas palavras gregas diferentes quando fala de seus servos. Ele refere-se ao que esta doente como “meu menino”, pais. Esta palavra significava menino mas tambem podia significar servo ou ate mesmo filho. Ela relacionava um jovem a um adulto exclusivamente por meio de afeto. Tratava-se de uma palavra que provavelmente seria empregada em referencia a um escravo efebo, e há provas de que pais as vezes significava o amante masculino. Em contrapartida, o centurião chama os demais escravos de doulos. Esta palavra grega é mais genérica que significa escravo ou servo.
            Mateus sempre se refere ao servo do centurião como pais. Ao ler Mateus, poderíaos pensar que o centurião estava preocupado com seu filho, mas Lucas, em todas as passagens sempre usa a palavra doulos, exceto  quando cita o texto do centurião.
            Lucas, assim, diz que o Centurião era entimos do jovem, que significa íntimo, pressupondo uma ligação emocional ( o estimava??) : ... ora, o escravo de certo oficial do exército, estimado por este...  Algumas traduções dizem que ele o amava.


Historicamente, é conhecido que os Centuriões, especialmente quando em serviço em áreas muito perigosas como a Palestina, viviam com um servo que era sua companhia e parceiro sexual. Portanto, é mais do que provável que este servo em questão fosse parceiro sexual do Centurião. Jesus curou o seu servo, elogiou a fé do Centurião e não insistiu em nenhuma mudança no seu estilo de vida.

 Assim, percebemos o quanto é complexo falar de homoafetividade atraves da Bíblia. Não porque ha complexidade em si. Mas porque o ser humano tornou as coisas dificeis de serem compreendidas. Coisas que poderiam ser aceitas com simplicidade tornaram-se rudemente tratadas. Aversões sem causa, ódio e desrespeito que levam a extremismos sem cunho significativo incitando guerra e opressão.
            É bem verdade que existem pessoas que estão tão presas a letra que não conseguem de modo algum se desprender dela. Isso é uma doença. Não conseguem transpassar do texto lido para uma compreensão mais aprofundada e significativa seja por medo, timidez, ou presunção. Essa situação é algo que acaba produzindo noções sem significado que fogem do verdadeiro propósito de Deus para nossas vidas. Sem perceber, podemos esbarrar na cultura e nos costumes que podem nos impedir do entendimento verdadeiro da Palavra, como os fariseus do passado.

"Ao que o Senhor lhe disse: Ora vós, os fariseus, limpais o exterior do corpo e do prato; mas o vosso interior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade." Lucas 11:39


Mas ai de vós, fariseus! porque dais o dízimo da hortelã, e da arruda, e de toda hortaliça, e desprezais a justiça e o amor de Deus. Ora, estas coisas importava fazer, sem deixar aquelas."
Lucas 11:42


"Ai de vós, doutores da lei! porque tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes aos que entravam. "  Lucas 11:52
                Quero deixar bem claro que o assunto que publico aqui não é inovador!! Há outras fontes, bem mais aprofundadas inclusive, é só pesquisar.


EVANGELHOS E INCLUSÃO
Jesus Cristo, A Lei do Amor revelado no “Sermão da Montanha!”

               "Há um louvor muito bonito que muitos cantam e que fala de uma grande verdade: O Amor de Deus é insondável e indescritível... 

                 ...mas infelizmente muitos desses que cantam esse louvor vivem tentando limitar e definir o amor de Deus, ou seja, não compreenderam seu significado."

            


                 Uma das explicações a cerca da expansão do Cristianismo aceita por vários historiadores emergem da seguinte pergunta: Como uma religião fadada ao fracasso, rejeitada pela propria nação que indiretamente a estabeleceu, nascida numa província chamada Judeia, desprezível aos olhos dos potentosos e gloriosos romanos, habitada por um povo chamado judeu, único povo que acreditava na existência de um "único Deus", conseguiu tanto êxito, a ponto de se expandir de maneira tão intensa sobre o império e refletir nos séculos posteriores até hoje?

A historia conta que o Império de Nabucodonosor (por volta de 586 A.C) produziu a primeira dispersão judaica onde vários judeus saíram de suas terras e habitaram na Mesopotâmia da qual muitos deles não retornaram. Com o tempo os reinos do Oriente mudaram consideravelmente e foram submetidos a outros povos. Quando Cristo veio todas essas regiões estavam sob o domínio Romano. O Império Romano foi o maior e ultimo império que a Antiguidade conheceu abarcando todo o centro sul europeu e Oriente Médio. Seu poderio e expansão foram incalculáveis. Nenhum outro império ali conseguiu subsistir ao poderio romano que só terminou em fins da Antiguidade. Assim, podemos compreender que quando Cristo veio ao mundo, quase quinhentos anos antes da quedda de Roma, a Judéia estava sob domínio romano e existiam muitos judeus ali em sua terra natal, mas muitos outros espalhados em outros lugares do Imperio Romano.


            Sabemos que a cultura hebraica na época da vinda de Jesus estava estabelecida nas “Leis do Velho Testamento”. E na Judéia era uma cultura arraigada e, assim, quando o Senhor Jesus Cristo iniciou sua pregação em qual ponto ele acabou encontrando os primeiros obstáculos? Nessa cultura e nos costumes advindo da lei mosaica (leis do Velho Testamento) , ou seja, na casta religiosa que se amparava no moralismo advindo dela para legitimar poder e status.

            Assim, percebemos que a cultura e os costumes são verdadeiros embaraços para se concretizar muitas vezes projetos de Deus na Terra. E as escrituras nos citam vários exemplos disso: desde os tempos de Moisés, Deus teve que esperar 40 anos, ou seja, a mudança de toda uma geração para colocar em prática seu propósito pelo fato de que o povo hebreu não conseguia deixar de se apegar na cultura egípcia a qual foram profundamente influenciados. Na época da dispersão em Nabucodonosor, a ordem de Deus para o povo era que eles se entregassem ao imperador, com promessas de bênçãos e prosperidade aos que obedecessem. A cultura deles impediu que muitos o fizessem.

            Outro exemplo, esta na religião judaica, na época de Jesus, baseadas nos preceitos da lei, que dificultou assim aos judeus que ainda habitavam na Judéia a se converterem a ela. Tanto que ali mesmo ela morre - ou seja, o cristianismo seca literalmente em meio aos judeus não dispersos. Mas dará fruto em meio aos judeus da dispersão, que longe de sua terra natal, por isso, aculturados, conseguiram com a convivência com outros povos a possibilidade de uma nova consciência e a disposição para compreender a lei sob novo ponto de vista.

Porque sabemos que as ideias cristãs foram todas construídas a partir de um misto entre a cultura judaica e a gentílica. Termos como igreja, Eclésia, Sol da Justiça, Logos, dentre outros partiram de noções gentílicas de mundo. E como não poderia se a maioria dos novos cristãos passou a ser os gentios? O Novo Testamento foi todo redigido em grego.

Assim, esses “judeus da dispersão”, que passaram a vivenciar a cultura gentílica, foram a “ponte” entre uma nova concepção da lei, que é a graça e os povos gentílicos, alvo de promessas de salvação de Deus desde muitos anos atrás. Porque eles conheciam a lei e também tinham uma relação direta com pessoas que para um judeu da Judéia eram estranhas. Um exemplo desses judeus é Paulo de Tarso. Paulo era judeu, mas nascido em Tarso, uma província cosmopolita situada na Grécia. Um judeu da Judéia, por exemplo, que teve dificuldade de compreender a salvação dos gentios, além de dificuldade de se desprender do ritual de circuncisão foi Pedro.
Não existia um propósito de Deus nisso? Muito anterior, dispersar o povo judeu para que num processo de aculturação houvesse uma nova mentalidade que fertilizasse o terreno para pregações cristãs?

Assim percebemos o cuidado que devemos ter ao supervalorizarmos a cultura e costumes nossos e misturarmos esses valores a projetos de Deus. Porque Deus é Deus, não é humano, não pensa como nós. Seus pensamentos são muito maiores. E para alcançarmos seu propósito temos que estar em comunhão e com um coração aberto a Ele. Tanto que as primeiras pregações de Jesus no chamado “Sermão da Montanha” foi um embate entre a lei e a nova interpretação de cunho espiritual e significativo acerca da lei. Jesus centralizava a lei numa nova forma de ver a lei que era lei do amor e dizia que nessa lei do amor se resumia toda LEI E OS PROFETAS.

“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também a vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mateus 6:12)


Quando Jesus começa a  pregar o Sermão da Montanha ela vai atingir as raízes da cultura religiosa judaica da época. O Sermão da Montanha é literalmente uma critica a essa vida religiosa  que definia conceitos e valores deturpados da lei, atingindo a sociedade como um todo. Os valores que essa religiosidade produziam eram legitimado por classe de autoridades, dentre eles, fariseus, escribas, saduceus.

Esses religiosos não tinham como se despir da lei, porque estavam presos a ela. Construiram toda uma vida unidos a conceitos e parâmetros construídos historicamente que os legitimavam como autoridades. Esses valores que em grande parte oprimiam o povo, eram o que lhes davam gloria, e riquezas, e honra e uma aparente santidade perante os homens, mas não perante Deus. Dai a rivalidade entre eles e as ideias significativas de Jesus que lhes eram como que uma ameaça a seus interesses. Apesar de lhes favorecerem, seus preceitos em grande parte eram impossíveis de se colocar em prática, tanto a eles como ao povo que lhes ouviam.

Assim, quando Jesus começou a pregar o Sermão da Montanha ele iniciou sua pronunciação dirigindo-se aos díscipulos, mas indiretamente para as classes religiosas da época, chamando-os de hipócritas, como testemunho ao povo no geral, definindo que eles pregavam o que não viviam, e esclarecendo como verdadeiramente eles viviam, definindo conceitos errados de Deus que eram legitimados falsamente em nome de Deus, relacionando isso a interesses próprios. Jesus condenou assim tudo o que eles faziam em oculto trazendo a luz aquilo que ele chamou de “fermento dos fariseus”, que contamina a massa. E definiu, assim, quais eram os verdadeiros valores de Deus. Ou seja, Jesus usou a linguagem deles, a realidade por eles vividas e suas contradições para levá-los a compreender o que Deus realmente queria para a vida do homem no geral.

Assim, resumidamente, o “Sermão da Montanha” é um explicitação da vida dos religiosos da época e tudo o que eles faziam de errado, tomando como raiz o moralismo religioso da época, sob uma ótica equivocada da lei que oprimia, excluia, matava e condenava aos que não seguiam conforme seus parãmetros. Condições essas de natureza fisica, psíquica e espiritual. O Senhor despreza as doutrinas dos religiosos e se une aos desprezados, pobres, oprimidos, viúvas, publicanos, leprosos, doentes, humilhados, encarcerados, mulheres, homoafetivos, dentre outros, sedentos de uma palavra viva ou seja, significativa. Jesus mostrava que a lei que transforma não é a lei pela lei, mas a lei do coração, dando um sentido significativo e espiritual da lei. Esse sentido novo que Jesus deu centralizou no amor construindo a ideia de que para o amor não existe lei: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu proximo como a ti mesmo” é o maior de todos os mandamentos".

 Nas escrituras de Mateus são três capitulos (5 a 7) aos quais os Senhor descreve tudo isso definindo novas condutas a partir de uma nova interpretação da lei de cunho espiritual e significativo. O Sermão da Montanha, diga-se de passagem é o resumo de tudo que nós devemos ser e viver. Se colocarmos em praticas os mandamentos, em Cristo Jesus, descritos ali, não precisamos literalmente de mais nada. Se dissermos que estamos em Cristo Jesus e a nossa justiça for como a dos fariseus, somos mentirosos. 

“Porém vos digo, que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 5:20)

E o Senhor Jesus vai desprezar a lei? De maneira alguma, porque Ele é a própria lei encarnada, a lei vivida e expressiva no verdadeiro amor, não no sentido literal da lei. Porque a lei em si, na letra, não prestava pra nada, mas a lei espiritual sim. Nessa lei, que é o Senhor Jesus, é que achamos salvação. Uma lei que não julga, não condena, não faz acepção de pessoas, que salva, que transforma, que convence e não se confunde.

Assim, em nenhum dos evangelhos percebemos o Senhor condenando praticas homossexuais. Percebemos condenações a adultério, prostituição, avareza, mentiras, hipocrisias, perversidade, do homem querendo tomar lugar de Deus e mentindo a cerca de Deus (lembremos do verdadeiro significado de Sodomia). Mas condenação afetiva alguma o Senhor fez. Não há nos evangelhos de Cristo nenhuma experiência em que Ele tenha transformado um homossexual em hetero. Se a homoafetividade fosse pecado, e tão grave assim como as pessoas pregam não estaria nos evangelhos como exemplo? E não haviam homossexuais na época? Pois havia sim e muitos, historicamente isso é comprovado o quanto era comum a presença de homossexuais de todos os tipos. Mas a nenhum o Senhor condenou sendo que conhecia o coração de todos ali, os que eram, os que não eram, os que fingiam que não eram, além de tudo o que eles faziam no oculto.

Em nenhuma parte das escrituras existe nada que condene a pratica homoafetiva. Literalmente nada. Existem condenações para praticas inadequadas homossexuais, assim como para praticas inadequadas de cunho heterossexuais, forçadas e usadas como instrumento de idolatria e prostituição; alias, as condenações a banalidade heterossexual estão muito mais explicitadas no contexto geral da palavra, se formos colocar na balança. No sermão da montanha, inclusive, fala-se sobre o adulterio, por causa da condição humilhante que as mulheres viviam na época em detrimento dos homens, mas pecado homossexual algum se fala.

Mas fala sim a respeito dos que julgam:

“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” Mateus 5:22

Diga-se de passagem, o significado da palavra raca (do raka, no hebraico), em negrito, é desprezível, insensato, louco, que também pode ser considerada como lixo, fezes, algo imprestável. Atributos que se usam sempre para designar homossexuais.

E a bem aventurança não são para os que perseguem, mas para os perseguidos:

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;

Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. (Mateus 5:10-11)

Porque sabemos que um homossexual assumido na grande maioria das igrejas são perseguidos e excluídos de cargos, de ministério, proibido de se casar, e estimulado muito mais a deixar a congregação. E isso se toma como um aparato ao falso zelo a Deus e a  falsa santidade. Na verdade o ser humano adora uma falsa santidade. Se o homoafetivo quiser permanecer na congregação, na maioria das instituições evangélicas, tem que abrir mão da sua natural condição, se mantendo casto, para o ego dos hipócritas, que nunca abriram mão da sua.

            Se sua vida afetiva é perseguida como ele vai conseguir se manter no seio da igreja? Ninguém consegue viver mentindo a vida inteira, a não ser que viva falsamente.

            Mas Deus tem aberto portas para homoafetivos que querem uma vida diante de Deus, porque Jesus morreu por eles também. E, como Deus é justo, a causa destes chegará diante do tribunal de Deus, por mais que não se queira, por mais que não se perceba. Este é um cuidado que muitos deveriam ter mas não tem ao definir conceitos biblicos a partir de valores próprios desprezando as necessidades e realidades alheias:

“ 11- Não terá firmeza na terra o homem de má língua; o mal perseguirá o homem violento até que seja desterrado.
“12 - Sei que o SENHOR sustentará a causa do oprimido, e o direito do necessitado.  (Salmos 140:11-12)


E, nos textos do “Sermão da Montanha”, ainda, esta descrito o juízo aos que se têm proposto a perseguir e a definir causas próprias em nome da falsa moral:

23- Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24- Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
25- Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
26- Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. (Mateus 5:23-26)


Geralmente as pessoas desprezam os versículos do “Sermão da Montanha” quando os aliam a questões de cunho pratico, mas não compreendem que o sentido é bem mais profundo e mais amplo. Porque esqucem que os oprimidos oram a Deus, que buscam justiça pela mão de Deus, que jamais se esquecera deles ou passara batido como fazem os omissos. Nos versiculos de Mateus 5:23-26 esta o tropeço daqueles que se consideram santos nas costas dos outros. Porque ele não fala do perdão de um pecado apenas, fala de uma condição bem mais ampla, fala para os fariseus e uma oportunidade para mudança de comportamento. 


Já reparou que o Senhor sempre se volta para os oprimidos? Sempre deixa a causa dos opressores e advoga a causa dos que são humilhados? Como poderia Deus se aliar aos hipócritas e presunçosos? Essa postura farisaica é assassina, ela mata. Não com arma em punho, mas indiretamente. Não atinge a todos logicamente, parecendo não existir, por isso passa desapercebida aos olhos de muitos, mas não aos olhos de Deus.


EM BREVE:

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